Miguel Alvarenga - Com a morte de José Samuel Lupi, ocorrida hoje com 90 anos de idade (faria 91 no dia 5 de Maio), Portugal e o mundo tauromáquico não perdem apenas uma das últimas grandes lendas das arenas, um dos maiores cavaleiros de sempre, aquele que em Espanha desbravou caminho às corridas de rejoneio e lhes deu importância, acabando com aquilo a que chamavam "o número do caballito", um coudeleiro e ganadeiro de nomeada, um agricultor à moda antiga. Perdeu-se um mito e um símbolo - que era uma verdadeira instituição. Por todos respeitado, por todos admirado e por muitos idolatrado.
Um mito e um símbolo de Portugal e de todo o mundo taurino, por onde toureou e por onde fez História e deixou marcas. Viveu a vida intensamente, com alegria e espalhando-a por todos os que o rodearam, foi amigo de verdade dos amigos que guardou até ao fim no coração, sorriu sempre, teve muito dinheiro, deixou de o ter e voltou a tê-lo, mas foi sempre o mesmo Homem. Os 90 anos que viveu foram 200 ou 300 que desfrutou como poucos. José Lupi foi um Homem que soube viver a vida e a viveu à sua maneira, às vezes com excessos, às vezes indo até aos limites, sorrindo sempre, respeitando sempre o próximo.
Curvo-me respeitosamente perante a sua memória, lamento profundamente a sua partida, daqui abraço toda a ilustre Família enlutada e muito em particular seus filhos e netos e apresento-lhes as minhas mais sentidas condolências.
Que em paz descanse.
Fotos M. Alvarenga e D.R.
