quarta-feira, 11 de maio de 2022

Ministro da Cultura no Parlamento: "Não contem comigo para censurar as touradas!"

O novo ministro da Cultura Pedro Adão e Silva defendeu hoje no Parlamento, em reunião da Comissão de Cultura, o “respeito e absoluta tolerância” com a tourada. Questionado pelo Chega e pelo PAN, o ministro admitiu não ser aficionado, mas lembrou que há concelhos onde a prática cultural da tauromaquia faz parte da identidade.

Para que não houvesse dúvidas, o novo ministro da tutela começou por dizer que não é um “aficionado”. Ressalvou, no entanto, que “temos de saber sempre respeitar a forma como os outros olham para a cultura”.

Em resposta ao deputado Rui Paulo Sousa, que questionou sobre a alteração da taxa de IVA cobrada no preço dos bilhetes para espectáculos tauromáquicos, o novo ministro da Cultura lembrou que “não há neste momento um desejo dominante de proibir as touradas” e explicou que “também não há a ideia de que as touradas devam ser subvencionadas, ou apoiadas de alguma forma fiscal”.

A questão polémica voltou a ser levantada pela deputada Inês Sousa Real do PAN, que defendeu a conversão da praça de toiros do Campo Pequeno para que os portugueses ali possam entrar.

Respondendo à deputada anti-taurina, o ministro da Cultura começou por dizer que “há muitos anos que não assiste a uma tourada, mas isso não impede de ir ao Campo Pequeno ver vários espetáculos”.

“Se a senhora deputada se auto limita naquilo que faz, é um direito seu, mas não queira limitar os direitos dos outros portugueses”, considerando ainda que Sousa Real “tem perdido muita coisa” ao não ir ver espectáculos de música ao Campo Pequeno..

“Não contem comigo para censurar aquilo que são as práticas culturais e os gostos dos outros”, disse o ministro sobre as touradas. Embora reconheça que, “felizmente, há espaço” para as posições do PAN e do Chega, Adão e Silva lembrou que “depois, no meio, há os portugueses, mesmo aqueles que são a larga maioria que não vai a corrida de toiros”.

“Não lhes passa pela cabeça impedir os outros de ir a corrida de touros”, destacou o ministro, lembrando: "há concelhos onde as pessoas vêem nisso um aspecto fundamental da sua identidade, outros onde não, portanto devemos viver com respeito e absoluta tolerância em relação a isso”.

Foto D.R./Arquivo