Miguel Alvarenga - O aviso à navegação já o fiz aqui há algumas semanas. Hoje é o último dia em que se pode falar das eleições autárquicas do próximo domingo. Amanhã é sábado de reflexão.
Voto em Lisboa. Importa-me Lisboa. E o Campo Pequeno. Que ainda é uma praça de referência, pelo menos de referência da minha juventude e até meninice, quando para lá ia brincar com o Vitor Escudero, quando depois lá fui ao primeiro andar ser recebido por Manuel dos Santos, que queria apostar em novos críticos taurinos, assim como apostava em novas estrelas do toureio.
Pode já não ter no panorama taurino nacional, e na realidade não tem, a força e o esplendor que tinha - e deveria nunca ter deixado de ter. Mas, doa a quem doer, para muitos aficionados ainda continua a ser "a nossa casa".
Na eleição para a Câmara da Lisboa, dizem, a coisa está renhida entre o social-democrata Carlos Moedas e a socialista Alexandra Leitão, associada à estrema-esquerda, à rapaziada da Flotilha, mas também à menina do PAN.
Por isso, meditem, tomem a decisão que tomarem, mas em Lisboa lembrem-se que, se ganhar o PS com o PAN, correrá graves riscos o futuro do Campo Pequeno como praça de toiros, ainda que apenas para quatro touradas. Que poderão passar a ser duas. Ou mesmo nenhuma.
Uma Câmara Municipal não tem autoridade para proibir um espectáculo (a corrida de toiros) que está consagrado e devidamente autorizado a nível nacional. Mas é preciso não esquecer que, no estado a que chegou esta espécie de país, há malabarismos capazes de contornar o que é lei e o que está consagrado na Constituição. É tudo possível. E acabar de repente com as touradas no Campo Pequeno não é nada que seja impossível. É muito mais fácil do que parece. E muito mais rápido do que se imagina.
Pensem, meditem, tomem a decisão que tomarem, mas façam tudo e mais alguma coisa para não dar em Lisboa a vitória ao PS.
Fotos M. Alvarenga