segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Ontem na Azambuja: triunfou Duarte Pinto!




Fernando Romão - Este é o título escolhido para ilustrar esta breve crónica e muitos perguntar-se-ão: mas então porque é que entregaram o troféu ao Tiago Carreiras? Não sabemos, mas os ilustres jurados que compunham o juri deverão saber. Mas nós não entendemos o porquê dessa atribuição. Se pensarmos bem e pelos nomes que compunham o juri até chegamos aos motivos que os levaram a votar assim...
As votações só foram unânimes em relação aos forcados pois, segundo nos informaram, em relação ao troféu para a "melhor lide" houve quatro votos no Tiago e três no Duarte Pinto. Porquê? Eles lá sabem. Mas nós também! Nada nos move contra o Tiago Carreiras (na foto da direita, recebendo o prémio das mãos do presidente da Câmara da Azambuja) e nada temos a favor do Duarte Pinto (foto da esquerda). Mas a Verdade é que quem melhor toureou ontem na tarde de inauguração da praça de toiros "Dr. Ortigão Costa" foi o Duarte Pinto.
Teve um touro difícil, que se adiantava nas reuniões, mas ao qual o cavaleiro sob impor-se mandando e obtendo ferros de grande nível numa lide que veio de menos a mais com curtos sensacionais terminando com um ferro verdadeiramente de antologia e de execução fabulosa. Tiago Carreiras, a quem coube o melhor dos Ortigões, esteve bem nos compridos, para nos curtos começar bem e acabar a menos. Com o cavalo "Quirino" cravou dois curtos bons e depois ferros passados, rematados com ladeares e grande alarido em cima do cavalo em direcção à bancada. Não vislumbramos, como de outras vezes já assistimos, a nenhuma grande actuação do cavaleiro e assim como o juri decidiu atribuir o troféu ao Tiago estamos no nosso direito de dizer que quem o merecia era o Duarte Pinto. Quem quiser que apresente os seus argumentos. Da discussão nasce a luz - para quem saiba ver a luz.
Em primeiro lugar toureou João Moura Caetano, que tem tido uma temporada sensacional e ontem não teve toiro à altura do seu toureio. O toiro era nobre, mas caía constantemente por falta de força nas mãos prejudicando o labor do cavaleiro que, contudo, conseguiu tirar de um "aleijado" uma lide de bom tom, ajudando o toiro a chegar ao fim da lide. Mérito para o cavaleiro.
Manuel Telles Bastos enfrentou o manso da corrida, que se fechou em tábuas logo nos compridos. Um sensacional ferro a sesgo a entrar pelo toiro e muita garra do cavaleiro num toiro que nada tinha para dar.
Duarte Pinto começou por falhar um comprido, ou melhor, o ferro partiu mas sem ficar no toiro, para depois cravar dois com galhardia e ao estribo. Nos curtos com o seu cavalo de ferro Ortigão esteve sempre bem, sem badarilheiros a colocar o toiro, lidando e obrigando-o a investir como o cavaleiro queria para cravar ao estribo com verdade.
Tiago Carreiras, com o melhor da tarde, começou bem nos compridos e tambem nos curtos ja montado no "Quirino". Depois veio a menos colocando os ferros já a cilhas passadas mas rematando com ladeares com o denominado toureio encimista rodando o piton. Já o vimos bastante melhor, embora não se diga aqui que tenha estado mal... Mas podia ter estado melhor dadas as condições de lide fabulosas do toiro.
Tomás Pinto começou com uma porta gaiola e colocou bem os compridos. Nos curtos começou por ser colhido porque o cavalo saiu pela esquerda quando o cavaleiro arriscava a tentar uma entrada ao piton contrario. Recompôs-se e cravou ferros de mérito frente a um toiro que transmitia. Mudou de montada e cravou dois ferros de violino que foram bastante aplaudidos pelo publico.
Paulo D`Azambuja veio à sua terra para triunfar: arriscou uma porta gaiola a câmbio com um toiro com muita pata e que depos agarrou o cavalo já fora da sorte. Um comprido bom e depois um adorno que não surtiu efeito e uma colhida. Nos curtos tentou e fez tudo bem feito demonstrando que com rodagem e mais oportunidades pode conseguir um lugar de mais destaque entre os cavaleiros.
Os Forcados de Azambuja e Alcochete arrancaram boas pegas com destaque para os da casa que acabaram por ganhar o troféu em disputa.
Outro troféu era o da "melhor parelha de campinos", visto que os toiros foram recolhidos a cavalo. Foi bem entregue embora o toiro não tena dado trabalho em encabrestar.
Casa cheia e sentida homenagem à memória do Dr. Ortigão Costa. De parabéns o Município de Azambuja pelo bonito e funcional tauródromo que inaugurou.


Fotos D.R.