A primeira "bronca" depois da "bomba": o Convénio Colectivo Nacional Taurino de Espanha classifica a praça de toiros do Campo Pequeno como "praça de segunda categoria", no que é interpretado como um claro obstáculo à candidatura do grupo formado por Tomás Entero, Rui Bento e Beca Belmonte à adjudicação da Monumental de Madrid, hoje apresentada. O caso está a criar nas últimas horas grande e justificada celeuma.
O caderno de encargos para o concurso de adjudicação da praça de Las Ventas estabelece que, para se licitar, há que comprovar que a empresa candidata geriu pelo menos duas praças de primeira categoria e a UTE formada por Tomás Entero, Rui Bento e Beca Belmonte argumentou parte da sua experiência com o exemplo da gestão da praça do Campo Pequeno (por Bento) nos últimos seis anos, considerando-a "de primeira" - o que agora o Convénio Colectivo Nacional Taurino contrapõe, alegando (pasme-se!) que se trata de uma "praça de segunda categoria"!...
A polémica parece estar servida e nas redes sociais os comentários à situação já são mais que muitos e bem acalorados. A "classificação" atribuída ao Campo Pequeno pode mesmo, diz-se, pôr em causa a aceitação da proposta hoje apresentada à Comunidad de Madrid pelo grupo empresarial de Entero, Bento e Belmonte.
A classificação da categoria das praças de toiros está oficializada desde 8 de Abril de 2010 no Boletín Oficial del Estado (equivalente ao "Diário da República" em Portugal) e resulta de uma apreciação conjunta da Asociación Nacional de Organizadores de Espectáculos Taurinos (ANOET) em representação das empresas do sector e de outra da Unión Profesional de Matadores de Toros, Novilleros, Rejoneadores y Apoderados (PROTAUNI), TAURA Unión de Toreros, Unión Nacional de Picadores y Bandarilleros Españoles, Asociación Sindical de Mozos de Espadas y Puntilleros e Federación de Servicios de UGT, em representação do colectivo laboral.
No referido documento, em que se faz referência à classificação das praças de toiros de Espanha, de França e de Portugal, figura o Campo Pequeno como "praça de segunda categoria".
Segundo o Convénio, as únicas praças de "primeira categoria" são as espanholas de Madrid, Sevilha, Córdoba, Barcelona, Valência, Saragoça, Bilbau, San Sebastiám, Pamplona e Málaga; e as francesas de Nimes, Arles, Bayonne, Dax, Mont-de-Marsan e Vic-Fezensac.
As praças de Lisboa e Santarém, únicas portuguesas referenciadas no documento, estão equiparadas, segundo o Convénio, "às de segunda categoria em Espanha e França".
Parece impossível, mas não é...
Foto D.R.
