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Cortesias da última corrida da feira, ontem em Alcochete |
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Jacobo Botero deu ontem mais um importante passo em Alcochete |
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Miguel Alvarenga - Rui Salvador conseguiu, no contexto das duas actuações, ser o mais destacado triunfador da corrida nocturna que ontem encerrou a Feira de Alcochete, ciclo de que fica ainda para recordar a actuação magistral de João Telles e a heróica tarde do forcado Vasco Pinto na primeira corrida e ainda a facilidade e maestria com que Joaquim Bastinhas lidou dois complicados toiros de Partido de Resina na segunda.
Ontem, lidaram-se toiros de Condessa de Sobral (agora propriedade da Família Domecq), de excelente apresentação e bom jogo, salvo o primeiro, que coube a Moura e se adiantava barbaridades. Na generalidade, os toiros provocaram emoção e impuseram seriedade, como é timbre nas corridas promovidas pela empresa "Toiros & Tauromaquia".
João Moura não teve a vida facilitada no seu primeiro toiro, o tal que "corria pela frente" e se adiantava uma autêntica barbaridade. Resolveu a situação mercê da sua maestria, mas a lide não teve brilhantismo, porque não podia ter.
No seu segundo, o Maestro esteve "à Moura" e apesar da "frieza" do público (vá lá entender-se...) triunfou com uma actuação de muita técnica, perfeita.
Rui Salvador, para variar, pôs "a carne no assador" nos seus dois toiros, toiros sérios e que pediam contas, cravou ferros da sua marca e foi, repito, no conjunto das duas lides, o mais "sólido" e o maior triunfador da noite, reafirmando a garra e o valor que fazem dele, há quase 30 anos, um dos primeiros da nossa tauromaquia.
João Maria Branco chegou ontem a Alcochete "picado" e decidido a mostrar que não vai ficar pelo caminho. Ou ia ou rachava, como ontem escrevi. Foi. Ainda bem. Esperou o seu primeiro toiro à porta dos curros, sem bandarilheiros na praça e esteve correcto nos compridos, emocionando depois nos curtos com ferros de muita verdade, brega perfeita e remates a condizer. Foi uma lide de afirmação - a afirmação de que estava a precisar.
O seu segundo toiro foi de pior nota, mesmo assim Branco esteve de novo decidido e valente, sereno e tranquilo, sobretudo nos curtos e em brilhantes ladeios com o cavalo de ferro Lima Duarte.
O jovem colombiano Jacobo Botero lidou o quarto toiro da corrida e pôs a praça em alvoroço. É, de facto, um caso - e vai ser mesmo um caso muito sério. Perfeito na escolha de terrenos, na brega e nas entradas destemidas ao piton contrário. Tem valor de sobra, ganas de leão, está a revelar-se um toureiro dos pés à cabeça. Sábado vai estar em Coruche. E já há aficionados que o seguem - o que prova o interesse que está a despertar nesta primeira temporada de altos compromissos.
As pegas não tiveram dificuldade de maior. Estiveram bem os Amadores de Santarém, com destaque para as caras do cabo Diogo Sepúlveda e de António Grave de Jesus (que brindou ao Maestro José Lupi). Boa actuação também dos Amadores do Aposento do Barrete Verde de Alcochete, com realce para o valente Diogo Amaro, a dobrar com decisão um companheiro que não conseguiu concretizar a sorte em três tentativas.
Dirigiu com a usual competência Pedro Reinhardt. A praça de Alcochete registou ontem uma entrada de meia casa e a corrida decorreu em ritmo agradável e sem demoras. Na brega, destacaram-se João Ganhão, Hugo Silva, o praticante Sérgio Silva, Ricardo Raimundo, Gonçalo Simões e Gonçalo Montoya, este último protagonizando um momento de muita emoção na praça quando entrou pelos curros dentro na altura em que procurava recolher o último toiro com o capote. Safou-se por sorte...
Ainda hoje, não perca aqui a reportagem fotográfica desta corrida - de Henrique de Carvalho Dias.
Fotos M. Alvarenga e D.R./@Jacobo Botero Nieto