sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Um "casão" na Moita: Palha marcou a diferença e Forcados do Aposento tiveram a noite de glória e do reencontro



Finalmente e depois dos dois primeiros espectáculos terem estado às moscas, a praça da Moita registou ontem à noite um verdadeiro "casão" com mais de três quartos das bancadas preenchidos.
A corrida decorreu em ritmo agradável e de triunfo e marcou o reencontro do Grupo de Forcados Amadores do Aposento da Moita com seis grandes pegas e honras, mais que merecidas, de calorosa ovação no final, quando atravessavam a arena.
Muito bem apresentados, mas nem sempre primando pela bravura, contudo sérios e nobres, os toiros de Passanha proporcionaram um grande espectáculo - de que Francisco Palha, pela desmedida emoção que pôs em ferros de parar corações, voltando a pisar a linha de fogo, foi o grande e absoluto triunfador. Há muito que a Festa precisava de sustos como os que Palha nos prega e ele é, sem dúvida, o João Salgueiro do século XXI.
Luis Rouxinol Júnior foi também um triunfador da nocturna de ontem, reafirmando que é um caso na nova vaga e um toureiro com um futuro brilhante pela frente.
Os veteranos João Moura, António Telles e Luis Rouxinol tiveram actuações de alto nível, cada qual no seu estilo e apenas Miguel Moura esteve uns pontos abaixo do seu melhor, tendo sido mesmo o único não premiado com música. A grande surpresa foi o jovem amador António Telles (filho), que empolgou o público com uma lide vibrante e onde tudo fez com acerto e classe.
O cabo José Maria Bettencourt (à primeira), Marcos Prata (um pegão à primeira, mas do qual saíu lesionado com uma fractura no tornozelo, sendo transportado ao Hospital do Barreiro depois de estabilizado na enfermaria pela equipa médica do Dr. António Peças), João Ventura (à primeira), Leonardo Mathias (à segunda), Bernardo Cardoso (à primeira, com uma ajuda espectacular de José M. Ferreira, que o acompanhou depois na volta à arena), Martim Afonso Carvalho (à primeira) e João Gomes (à terceira) foram ontem os sete heróis que devolveram o brilho ao Grupo do Aposento da Moita - o que não admirou ninguém. Não seria uma noite menos feliz no Campo Pequeno que ia agora pôr em causa o brilhantismo e o carisma de um tão grande Grupo de Forcados com mais de quarenta anos de história. Ontem reencontraram-se e foram também grandes e destacados triunfadores da noite.
A corrida - de que mais logo pode aqui ler a análise detalhada de Miguel Alvarenga - foi dirigida por Tiago Tavares com muito acerto e ao intervalo foi descerrado na entrada da praça um painel de azulejos com que a Sociedade Moitense de Tauromaquia prestou homenagem aos 40 anos de alternativa do Maestro João Moura.

Fotos M. Alvarenga