terça-feira, 12 de maio de 2020

Cavaleiros contra cavaleiros: "Fomos marginalizados", dizem alguns


Não são só os matadores de toiros, também há cavaleiros que não foram sequer convocados para a reunião de ontem e se sentem marginalizados. "Pagamos quotas como os outros e ninguém nos disse nada...", protestam

Afinal não só os matadores de toiros e novilheiros que se sentem marginalizados e ofendidos com os cavaleiros promotores da reunião que ontem teve lugar no picadeiro da Atalaia com o presidente da Associação Nacional de Toureiros, Nuno Pardal. Estiveram presentes, como hoje já aqui referimos, cerca de vinte cavaleiros, entre os quais as primeiras figuras e até dois já retirados e ainda três bandarilheiros - mas muitos ficaram de fora e não foram sequer convocados para o encontro.
"Não só não fomos convocados, como nem tivemos conhecimento dessa reunião, a não ser pela imprensa. Alguns de nós já se insurgiram junto do presidente da Associação de Toureiros, que nos respondeu que não foi ele a promover a reunião, mas sim um grupo de cavaleiros que o convocou para tirar algumas dúvidas", disseram esta tarde ao "Farpas" cinco dos cavaleiros que se consideram "excluídos". E acrescentaram:
"Se há problemas na classe, e a verdade é que os há, em consequência desta paragem, a verdade é que os problemas são de todos e não só de alguns. Se os matadores se sentem marginalizados, nós também nos sentimos. Achamos que houve uma grande falta de respeito por nós, os que não fomos convocados, por parte desse grupo de toureiros que convocou essa reunião, que se devem achar superiores e é pena que assim seja. Todos nós pagamos quotas para a Associação de Toureiros, se calhar alguns desses que lá estiveram nem as pagam...".
Na qualidade de presidente da Associação Nacional de Toureiros, o antigo cavaleiro Nuno Pardal enviou hoje uma comunicação a todos os associados dando conta da sua presença na reunião de ontem com "um grupo alargado de toureiros cabeças de cartaz e alguns bandarilheiros", referiu, durante a qual foram equacionadas "medidas a tomar a bem de todos e da Festa" e "se clarificaram algumas dúvidas que existiam"
Nessa comunicação e apesar de muitos terem sido esquecidos, Nuno Pardal fala de "união entre todos" e diz que "não há grupos A e B, somos todos toureiros".
O presidente da Associação de Toureiros informou ainda que decidiu acabar com os grupos de WhatsApp de toureiros que existiam porque estavam a constituir factores de "desunião entre a classe".

Foto M. Alvarenga