quinta-feira, 7 de maio de 2020

Forcados são os "mais expostos ao contágio" e o seu regresso às praças será sujeito a "uma maior prevenção"

Seguros? Os forcados são aqueles que mais expostos estão ao
contágio durante um espectáculo tauromáquico e a sua actuação
vai estar por isso rodeada de maiores precauções


A mais portuguesa e mais apreciada das actividades tauromáquicas, a pega de caras, vai ser também a mais preocupante assim que as corridas de toiros se voltem a realizar. Os médicos alertam para o facto de ser aquela em que os homens mais estão expostos ao contágio e por, isso, a actuação dos forcados vai estar sujeita a maiores restrições

Assim que as touradas regressem, ainda que não haja ainda uma data calculada e as praças de toiros continuem fechadas na segunda fase do plano de desconfinamento, que se inicia já a 1 de Junho, a actuação dos forcados vai estar sujeita a maiores medidas de precaução e a maiores restrições.
Segundo médicos especialistas ouvidos pelo "Farpas", os últimos românticos da Festa e também aqueles que mais gente levam actualmente às praças, são, à partida, "os maiores elementos de risco" no decorrer de uma corrida de toiros, "por serem aqueles que estão mais expostos ao contágio", já que uma pega é efectuada por oito homens "que se tocam e estão em contacto uns com os outros durante a realização da pega numa escala muito maior e mais preocupante que todos os restantes intervenientes no espectáculo da tauromaquia".
Afastada que fica, à partida, a hipótese de os forcados entrarem na arena de luvas e máscara, outros cuidados poderão ter que envolver a sua actuação nas corridas, por exemplo, diz-nos um médido, "terem que fazer todos, à semelhança do que vai acontecer com os futebolistas, o teste com alguma antecedência".
A Associação Nacional de Grupos de Forcados, que congrega a esmagadora maioria dos represententes da tão portuguesa e tão nobre arte de pegar toiros, deverá ser uma das primeiras associações do sector a ser ouvidas e aconselhadas pelas autoridades sanitárias mal esteja agendada a data para a abertura aos espectáculos de massas, adiantou ao "Farpas" uma fonte da Direcção-Geral de Saúde.
"Realizar corridas de toiros sem forcados não é, sequer, uma possibilidade que se possa equacionar. Eles representam um dos sectores da tauromaquia mais apreciados pelo público e de modo algum se iria quebrar essa tradição. Mas provavelmente e por constituirem uma das faixas de maior risco dentro do espectáculo, pelo ajuntamento que se verifica entre homens durante uma pega, terão que ficar sujeitos a maiores restrições que vão certamente passar pela obrigatoriedade de todos fazerem o teste uns dias antes de cada espectáculo", diz-nos um empresário. E acrescenta:
"Vamos aguardar pelas medidas que serão impostas pelas autoridades sanitárias para garantir que tudo decorrerá dentro dos parâmetros de segurança e prevenção que vão continuar a prevalecer pelos próximos meses".

Fotos D.R., Luis Azevedo/Estúdio Z e Maria Mil-Homens