Duas semanas depois da Associação Nacional de Toureiros ter desistido da ideia, vai voltar à ribalta o projecto das touradas sem público, agora em moldes diferentes e com a Associação de Empresários ao comando
Miguel Alvarenga - Depois de ter criado alguma celeuma e gerado muitos prós e contras, vai esta semana voltar à ribalta o tema da realização de touradas sem público. A Associação Nacional de Toureiros, que era inicialmente a promotora deste projecto, desistiu da ideia e o seu presidente Nuno Pardal disse mesmo, numa entrevista ao site toureio.pt, que a possibilidade de se realizarem corridas de toiros à porta fechada estava afastada "a 99%".
Mas ainda havia 1% de possibilidades e a Associação Portuguesa de Empresários Tauromáquicos (APET), liderada por Paulo Pessoa de Carvalho, vai agora deitar mãos a esse projecto - e deverá anunciá-lo em comunicado já no início da semana, provavelmente amanhã ou na terça-feira.
O novo projecto, depois de o primeiro ter gerado alguma controvérsia, pode agora reunir algum consenso entre a classe tauromáquica - porque é diferente, mais arrojado e, segundo uma fonte a ele ligado, "está idealizado com pés e cabeça e tem pernas para andar".
Conta, segundo apurámos, com o apoio de toureiros, de ganadeiros e de forcados. E consta, à partida de duas corridas que serão transmitidas por dois canais generalistas e abertos, isto é, duas importantes cadeias televisivas - ao contrário do anterior projecto, em que as corridas seriam transmitidas nas redes sociais e em regime de "pay per view", o público pagava para ver.
Neste novo projecto, o público assistirá às duas corridas gratuitamente, cada uma delas transmitida por um canal televisivo. Serão de apenas quatro toiros e só com cavaleiros e forcados, sem toureio a pé (pelo menos nesta primeira fase). Terão director de corrida, médico veterinário e uma versão mais reduzida de banda de música. E terão, obviamente, comentadores. As receitas financeiras resultarão, à semelhança do que vai acontecer no mundo do futebol, ainda que em circunstâncias distintas e certamente menores, de apoios publicitários que já estarão assegurados.
De acordo com todas as normas de segurança exigidas pela Direcção-Geral de Saúde, todos os intervenientes (toureiros, bandarilheiros, forcados, etc.) terão que se sujeitar ao teste de coronavírus dias antes de cada festejo.
As duas corridas realizar-se-ão em duas praças de toiros distintas, a anunciar dentro de dias.
Fotos M. Alvarenga