Não tem, para nós, a mínima importância. Muito menos nos queremos vangloriar com uma notícia - neste caso, umas declarações de alguém que está a viver um pesadelo que não se deseja a ninguém - que preferíamos nunca ter dado.
Mas como quem não sente não é filho de boa gente, e nós somos, vimos aqui dar razão ao provérbio popular - e, quanto mais não seja, dar conta do nosso protesto sobre o esquecimento da fonte, um pecado praticado hoje pelo "Correio da Manhã", periódico que se proclama como o maior arauto da imprensa em Portugal. Mas não é. Já foi, sim, no tempo em que teve ao leme Jornalistas como Vitor Direito, Agostinho Azevedo, Manuel Andrade Guerra, João Marcelino e outros mais.
O assunto a que nos referimos é a reprodução feita das declarações exclusivas ao "Farpas" de João Vicente Caldeira, genro do cavaleiro João Palha Ribeiro Telles, pai das crianças que sofreram no passado dia 13 um gravíssimo acidente de viação, em que morreu o filho mais novo (de apenas dois meses), e que se encontram ainda em lenta recuperação das muitas lesões que sofreram.
Na sua edição online, escreveu o "CM": "João Caldeira, marido de Graça, quebrou o silêncio sobre a recuperação da família ao 'Farpas' por considerar que o apoio de toda a comunidade tem sido muito importante para a família".
Na edição em papel dada hoje à estampa (que aqui reproduzimos), pura e simplesmente eliminou o "Farpas" como fonte da notícia, como se João Caldeira tivesse "quebrado o silêncio sobre o acidente" ao próprio "CM"...
Não nos incomoda, confessamos. Mas sentimos - porque somos filhos de boa gente. E porque aprendemos a ser Jornalistas com Jornalistas que o eram de verdade e que deixaram obra e história, como Vera Lagoa, Manuel Maria Múrias, José Manuel Teixeira e muitos, muitos mais. E temos pena que haja pseudo-jornalistas que desconhecem que existe uma ética que se deve respeitar.
Temos pena.