Doze dias depois do grave acidente de viação em que perdeu o filho Vicente de apenas dois meses - desastre que chocou o país -, João Vicente Caldeira fala pela primeira vez, em exclusivo, ao "Farpas", para dar conta da evolução (graças a Deus favorável) do estado de saúde de sua Mulher e de suas quatro filhas.
Fá-lo, faz questão de frisar, porque considera que deve estar aqui, neste momento, a falar-nos - fê-lo por escrito, em resposta à questão que lhe pusemos sobre como estava sua Mulher e suas filhas - do estado das quatro filhas e da sua Mulher, Graça Ribeiro Telles Caldeira (Xinha), porque "devo isso a tanta gente que está preocupada com elas e tem tentado saber notícias. Nunca me vou esquecer nem, vou ter maneira de agradecer tanto apoio".
"As pessoas têm sido impecáveis. Merecem saber sobre a evolução das coisas" - acrescenta João, engenheiro agrónomo, campeão de salto em obstáculos e recordado forcado do Grupo de Montemor.
E passa a explicar:
"Estão a evoluir devagarinho. A Xinha está em casa, mas ainda muito condicionada, sem poder sair. A mais velha teve alta ontem, mas também muito limitada porque tem a bacia partida.
"A Amélia, uma das gémeas, está a evoluir bem da fractura da bacia e do traumatismo. Deve ter alta ainda esta semana.
"A Carmo, que esteve em coma induzido, tem vindo a recuperar e a acordar muito devagarinho. Ainda não está completamente consciente, mas os sinais que vai dando são bons e esperamos que recupere totalmente. Mas vai demorar.
"A outra gémea, a Graça, é a que está pior. Tem várias lesões na medula e não mexe as pernas e o braço direito. Mas por enquanto o foco é no abdómen, onde foi operada ao intestino e ao uretere e ao pulmão direito que colapsou. Mas está a evoluir bem, sendo que é uma recuperação lenta também.
"Com força e fé em Deus estamos confiantes que vai acabar tudo o melhor possível. Temos tido muita gente a rezar por elas".
Foto D.R.
