terça-feira, 23 de dezembro de 2025

Balanço Toureio a Pé/2025 - Ano marcado pela noite mágica de Morante na Nazaré

Morante na noite mágica de Julho na Nazaré

Miguel Alvarenga - Tem pouca história (e quase toda ela é estrangeira...) a presença do toureio a pé nos cartéis desta temporada. O ano ficou marcado por Morante de la Puebla na Nazaré, Borja Jiménez em Almeirim, Manzanares em Santarém, Ismael Martín na Ilha Terceira e Roca Rey em Lisboa.

Pela parte portuguesa, manteve-se o matador Manuel Dias Gomes na ribalta e voltou o promissor novilheiro Tomás Bastos a aquecer o entusiasmo dos aficionados. Pouco mais.

Nos tempos em que a tauromaquia tinha um imenso esplendor e fazia parte dos costumes e das tradições da sociedade portuguesa, raras eram as corridas em que não entravam matadores de toiros. No Campo Pequeno, por exemplo (anos 60 e 70), só a corrida (de gala à antiga portuguesa) a favor da Liga Contra o Cancro era de seis cavaleiros. Todas as outras (e chegavam a ser 22 por ano) eram mistas e de oito toiros, com dois cavaleiros e dois matadores, vinham as grandes figuras do toureio mundial e ombreavam com as maiores estrelas de Portugal (que eram várias).

O boom do toureio a cavalo nos finais dos anos 70, provocado pelo aparecimento de um novo ídolo-cavaleiro, João Moura, a par de alguns desgaste que já começava a sentir-se nos matadores da época, praticamente todos já em fase final de carreira, sem que se registasse o aparecimento de novas estrelas (Vitor Mendes chegaria em força na década de 80 e, depois, Pedrito criava furor nos anos 90), acabou por provocar uma queda dos "a pé" em tempo de ascensão vertiginosa dos de "a cavalo".

Vitor Mendes foi a figura que se seguiu ao fim de uma época de matadores-figuras marcada pela morte de José Falcão em Barcelona (1974), mas teve sempre uma força e um cartel maior em Espanha e em França do que no seu país.

Pelo meio apareceram António de Portugal e Parreiritra Cigano, a prometer muito enquanto novilheiros, e mais alguns, mas sem que algum atingisse o relevo e o carisma que tinham todos os antigos - de que recordo, depois da época de ouro de Diamantino Vizeu e Manuel dos Santos e das curtas carreiras de Augusto Gomes Júnior e Francisco Mendes, nomes como os de António dos Santos, José Júlio, José Trincheira, José Simões, Armando Soares, Amadeu dos Anjos, Fernando dos SantosJosé Falcão, Óscar Romano, Mário Coelho, Júlio Gomes, José Manuel Pinto e Ricardo Chibanga.

Pedrito de Portugal foi, nos anos 90, a nova esperança para fazer ressurgir o toureio a pé. Chamou público, esgotou praças, esteve uns tempos na moda, mas foi sobretudo enquanto novilheiro que a sua auréola brilhou. Teve tudo na mão para revolucionar o panorama do toureio a pé, mas deixou ficar um futuro brilhante pelo caminho, passou ao lado de uma grande carreira. Depois de alguns ameaços de regresso, voltou este ano a tourear uma corrida nas Caldas da Rainha, beneficiando de o fazer numa das datas mais tradicionais da temporada (15 de Agosto), esgotando a praça, mas deixando que tudo ficasse na mesma. Não teve o impacto que se desejava.

Depois do boom de Pedrito nos anos 90, entrámos no novo século e o toureio a pé continuou "em banho maria", sem um nome que arrastasse gente às praças - ao contrário do que ia acontecendo no toureio a cavalo, onde todos os dias iam aparecendo novos candidatos a um lugar de destaque.

Este ano, foram poucos (ou quase nenhuns) os matadores em actividade. O clássico e muito artista Manuel Dias Gomes (na foto de cima, na corrida de Julho na Nazaré com Morante) foi o que mais toureou e aquele que mais continua a cativar o público - pela sua arte, pelo seu aplaudido temple.


Diogo Peseiro, o novo matador, esteve em Almeirim (fotos de cima) a competir com Borja Jiménez frente a toiros dignos de Madrid da ganadaria Santa Maria. Foi aos Açores, à Ilha Graciosa, enfrentar toiros-toiros com cinco anos e triunfou em Abiul também com uma corrida séria de Varela Crujo. É toureiro para triunfar e ir em frente - assim haja visão empresarial por parte de quem gere as nossas praças.

Os outros estiveram parados (ou quase). António João Ferreira toureou um único festejo em França; Joaquim Ribeiro "Cuqui" (foto de cima) toureou na sua praça da Moita uma única vez e fora de feira, numa corrida "mal amanhada" e mal promovida, de (triste) comemoração dos 75 anos da praça...

Nuno Casquinha pisou a arena da sua praça de Vila Franca... mas apenas nas cortesias e como sobressalente do francês Sebastián Castella (foto de cima)...

E no final da temporada, depois de uma passagem sem grande glória pela Copa Chenel em Espanha e de uma presença triunfal numa corrida na sua terra (Monforte), o promissor "Juanito" (foto de cima) anunciou que se ia embora. Oxalá seja só um afastamento temporário.

Foto D.R.

E tirando Manuel Dias Gomes e Diogo Peseiro, o nosso toureio a pé resumiu-se à raça e à força do promissor novilheiro Tomás Bastos (primeira foto de cima) - com presenças notáveis na Chamusca, em Abiul, em Vila Franca e na Moita e em particular em Espanha, onde somou importantes triunfos, deixando grande ambiente para a alternativa no próximo ano - e à aficion de Rui Bento e de João Queiroz (director da revista "Novo Burladero") com o regresso da novilhada da "Orelha de Ouro" na Nazaré, de que esta temporada saíu triunfador João Fernandes (da Escola da Moita, segunda foto de cima).

Gonçalo Alves, outro novilheiro que muito prometeu, não deu em 2025 o passo em frente que se esperava e que se impunha. Vai ainda a tempo, mas o tempo corre e o comboio não passa duas vezes...

João D'Alva continuou dando passos em frente em Espanha e acaba de anunciar que tomará a alternativa de matador de toiros em 2026. Também do lado de lá da fronteira e por cá, outros jovens se notabilizaram e continuam a ser promessas levadas muito a sério: entre outros, João Mexia, Vicente Sánchez e António Grilo "Toninho", assim como o novo "Chibanga" da Escola da Moita, Eduardo de seu primeiro nome. Ainda a dar os primeiros passos, mas já a dar que falar, revelou-se este ano em Espanha o jovem João "Belmonte", aluno da Escola de Badajoz, filho do antigo novilheiro e consagrado bandarilheiro do mesmo nome.

Com a quase nula actividade da maioria dos nossos matadores, excepção, como já acima se referiu, de Dias Gomes e Peseiro, a temporada ficou sobretudo marcada pelos triunfos dos matadores espanhóis que por cá tourearam. 

Morante de la Puebla (na foto de cima com Rui Bento na Nazaré em Julho, na corrida que muitos referenciam ainda como "a do século"!) viveu essa noite de sonho (e praça esgotada) com toiros sérios da ganadaria Ribeiro Telles. Foi depois distinguido, com todo o mérito, com os prémios do júri e do público na Gala da Tauromaquia. Foi o momento mais alto do ano no que ao toureio a pé diz respeito. E um dos mais espectaculares e marcantes dos últimos anos.

No final de Abril, já Borja Jiménez (fotos de cima) deixara o perfume da sua arte e do seu valor na arena de Almeirim (alternando com o nosso novo matador Diogo Peseiro), com toiros de verdade, dignos de Madrid, da ganadaria Santa Maria

Foi pena nenhuma outra empresa, além desta (Rui Bento), ter aproveitado a embalagem desta triunfo e ter repetido a nova estrela do toureio espanhol em qualquer outra praça. Mas, infelizmente, hoje em dia a aficion e a cultura taurina dos nossos empresários, quase todos antigos forcados, é pouca ou mesmo nenhuma...

Lembro-me, por exemplo, os triunfos de "Paquirri" e de Dámaso González nos anos 60 e ainda no início dos 70 em Lisboa e das vezes que o grande Manuel dos Santos os repetiu depois, nesta e noutras praças, fazendo deles ídolos da nossa aficion. Os tempos mudaram. Os empresários-forcados de hoje não têm, nem de perto, nem de longe, a visão que tinham os empresários-vedetas desses tempos de glória...

Depois de Borja Jiménez e Peseiro em Almeirim, veio Manzanares a Santarém (fotos de cima). Sózinho, sem competidor, sem esgotar a Monumental (como Roca Rey a esgotara um ano antes), mesmo assim provocando algum interesse e entusiasmo e registando uma belíssima entrada de público. Trouxe dois toiritos da ganadaria espanhola de Álvaro Nuñez, deu um ar da sua graça, mas a pouca presença e pouca seriedade dos oponentes retirou brilhantismo a esta sua tarde em Santarém. É pena, continua a ser pena, que as figuras de Espanha, na maioria das vezes, tragam "debaixo do braço" toirinhos de brincar...

Aconteceu depois o mesmo (pior) em Julho em Vila Franca, por alturas do Colete Encarnado, onde se anunciou com pompa e circunstância o regresso de "um toureiro querido na terra", o francês Sebastián Castella. Com dois toiritos inofensivos de Varela Crujo, passou Castella pela "Palha Blanco" sem pena nem glória. Teve boa vontade, mas...

Ainda em Julho, mas na Ilha Terceira, onde a Festa tem um sabor especial, revelou-se Ismael Martín (foto de cima), nova estrela do toureio espanhol, de Salamanca, um matador todo-o-terreno que brilha com o capote, as bandarilhas e a muleta, que conquistou e galvanizou o público açoreano e que reúne todas as condições e mais algumas para "virar isto do avesso" se nela apostarem os empresários. 

Pô-lo a competir com o nosso Peseiro era uma mais valia para qualquer praça, para qualquer feira. Mas é a mesma conversa de há pouco: não temos quase nenhuns empresários com visão e sensibilidade para "dar esta volta". Ismael enfrentou dois bons exemplares das ganadarias locais de Rego Botelho e Albino Fernandes - e volta em Julho do próximo ano à Corrida do Ramo Grande na Ilha Terceira. E por cá, pelo continente, alguém vai apostar na diferença?...

A terminar a temporada, era para ter vindo David de Miranda a Vila Franca, mas uma voltareta na véspera impossibilitou-o de estar presente e a nova empresa esqueceu-se de ter um plano b, não o substituindo. Caiu mal no público essa falta de capacidade para dar a volta ao filme. Mas, por outro lado, a empresa fica agora com a cartada de voltar a poder anunciar David de Miranda no próximo ano, ainda por cima ano de aniversário da praça, na "Palha Blanco". É neste momento um dos toureiros emergentes do outro lado da fronteira e um dos que mais interesse suscita.

No Campo Pequeno, a mini-temporada de quatro corridas terminou em grande em Setembro com a vinda do matador peruano Roca Rey (foto de arquivo em cima) - que esgotou a praça e entusiasmou quem o foi ver. Trouxe dois toiros espanhóis, um de García Jiménez e outro de Garcigrande, de apresentação q.b., deixando um grande ambiente e comprovando que até no Campo Pequeno o toureio a pé tem seguidores. Basta trazer vedetas, nomes que levem gente à praça. Dar corridas mistas em Lisboa, ou noutra praça, com elencos de menos interesse, é natural que não levem público às bancadas e acabem por ser um prejuízo e uma dor de cabeça para o empresário. Dá-las nos moldes em que este ano o fizeram, já é outra música!

Como se viu, não é o toureio a pé que dá prejuízo aos empresários. É, isso sim, a forma como se montam os cartéis com toureiros a pé. Roca Rey é Roca Rey. Foi ele quem esgotou o Campo Pequeno. Nos anos anteriores houve vários elencos em corridas com matadores. E o empresário Luis Miguel Pombeiro (há um ano, na apresentação dos cartéis lisboetas) justificou que não haveria matadores em 2024 no Campo Pequeno porque perdera sempre dinheiro nas corridas mistas e o público não acorria à praça quando se anunciavam toureiros a pé. Desta vez, o público esgotou a praça com antecedência para ver o matador Roca Rey. 

Moral da história: a corrida mista pode ter futuro em Portugal. Basta para isso ter visão e sentimento para confeccionar os cartéis. E é isso, e só isso, que tem faltado aos nossos empresários.

Querem sugestões? Antes do mais, contratem figuras que estejam dispostas a enfrentar toiros de verdade (e não a trazer debaixo do braço toirinhos de corda), como esteve Morante na Nazaré, como esteve Borja Jiménez em Almeirim, como esteve Ismael Martín na Terceira.

Depois, apostem nos nossos matadores, ponham-nos a competir com as vedetas estrangeiras.

Há público para o toureio a pé. É necessário e urgente que haja visão, sentimento, aficion e rigor dos empresários para montar boas corridas de toureio a pé.

Não é assim tão difícil como dizem...

Fotos M. Alvarenga e Fernando José

Ontem, 2ª feira: 7.886 leram o "Farpas"

 

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segunda-feira, 22 de dezembro de 2025

Como vai o toureio a pé?...

Longe vão os tempos de ouro da competição entre Diamantino Vizeu e Manuel dos Santos (que enchiam as praças!), da força que tiveram, a seguir, toureiros como António dos SantosJosé Júlio, José Trincheira, Armando Soares, José Simões, Amadeu dos Anjos, Mário Coelho, mais tarde Ricardo Chibanga, José Falcão, Óscar Rosmano, Júlio Gomes, depois Vitor Mendes e poucos mais.

Como está hoje o toureio a pé em terras de Portugal? Tem ou não tem futuro? Os empresários perdem sempre dinheiro quando montam cartéis mistos? Há valores com potencialidade para relançar o toureio a pé, provocar a paixão e o entusiasmo dos aficionados, como todos esses o fizeram? Ou não temos matadores da craveira dos "antigos" e só enchemos as praças quando vêm figuras de Espanha?...

Depois de aqui ter analisado a temporada dos cavaleiros, Miguel Alvarenga vem amanhã falar dos matadores e novilheiros.

Não percam.

Foto M. Alvarenga

Conhecido equitador de Alenquer preso por suspeita de crimes de abuso sexual de menores

O portal da revista "Sábado" revela hoje que o jovem detido pela Polícia Judiciária no passado dia 12 por suspeitas de cometer, pelo menos, dois crimes de abuso sexual de menores e um de pornografia infantil, é Rui Pedro Teixeira Moreira, de 22 anos, cavaleiro e professor de equitação no afamado Centro Hípico Lebreiro, em Azambuja - e que nas eleições autárquicas de 2021 foi candidato foi candidato à Assembleia Municipal da Azambuja e nas de 2025 à Assembleia de Freguesia da Azambuja, tendo concorrido nas duas ocasiões pelo Chega, embora não sendo filiado no partido. Nunca chegou a ser eleito.

De acordo com a Polícia Judiciária, Rui Pedro Moreira foi detido em Alenquer, onde residia, por suspeita da prática dos "crimes de abuso sexual de menores dependentes ou em situação particularmente vulnerável, de pornografia de menores e de abuso sexual de crianças, sobre dois rapazes de 11 e 14 anos"

Segundo a mesma fonte, como divulga a "Sábado", os abusos contra as duas crianças terão sido praticados entre Abril e Novembro deste ano, sendo que as autoridades suspeitam da existência de mais vítimas.

O suspeito, indicou a PJ em comunicado, é "formador de uma modalidade desportiva extracurricular", "treina crianças dos 6 aos 16 anos" e acompanha os formandos em competições, sendo ele próprio praticante da modalidade. 

Segundo revela a "Sábado", os abusos terão ocorrido no Centro Hípico Lebreiro, na Azambuja, onde dava aulas, um afamado e muito prestigiado centro equestre fundado em Janeiro de 1964.

Os factos foram denunciados às autoridades por um jovem atleta que pratica a modalidade de que Rui Moreira é instrutor e, de imediato, a PJ realizou diligências investigatórias urgentes, procedendo-se à detenção do suspeito, explicou a Judiciária na nota.

Quando confrontado pelas autoridades, o cavaleiro e professor de equitação terá aparentado “não ter consciência” da gravidade dos actos que alegadamente cometeu, refere a revista, que cita fonte próxima da investigação.

Refere o portal da "Sábado" que "no passado dia 12, quando o jovem Rui Pedro Teixeira Moreira saltou da cama, era ainda, por terras do Ribatejo, uma 'estrela', um 'filho de boas famílias', um 'menino-prodígio, campeão das provas de cavalos' e com um 'futuro promissor', como descreve uma fonte que convivia com ele. Horas depois, essa imagem dourada tinha desaparecido - foi detido pela Polícia Judiciária por suspeitas de cometer, pelo menos, dois crimes de abuso sexual de menores e um de pornografia infantil".

O cavaleiro ficou detido preventivamente no Estabelecimento Prisional de Lisboa a aguardar julgamento.

Foto D.R.

Homenagens e reconhecimentos no Almoço de Natal da Escola de Toureio da Moita


A Escola de Toureio e Tauromquiada Moita realizou ontem o seu Almoço de Natal, um momento de convívio que serviu também para reconhecer publicamente pessoas, entidades e alunos que, ao longo da temporada de 2025 tiveram um papel fundamental no apoio e no crescimento da escola.

Na foto de cima, o matador Joaquim Ribeiro "Cuqui" e os seus alunos, com a conhecida aficionada Vanda Ferreira.

Durante o evento - que teve lugar no Monte Diamante Belo, em Gaio-Rosário e contou com as honrosas presenças do presidente e da vice-presidente da Câmara Municipal e do presidente da Junta de Freguesia da Moita, bem como do presidente e outros membros da Sociedade Moitense de Tauromaquia - foram entregues diversos reconhecimentos a colaboradores, aficionados, associações e instituições que têm acompanhado de forma próxima o trabalho desenvolvido pela Escola de Toureio da Moita, contribuindo de forma decisiva para a formação dos jovens toureiros e para a promoção da tauromaquia.

Foram igualmente atribuídas distinções especiais a alunos, destacando percursos de mérito e exemplos de dedicação. Entre os homenageados esteve João Maria Rodrigues, distinguido como Melhor Aluno do Ano, numa votação realizada exclusivamente entre os próprios alunos. 

Foram ainda reconhecidos os percursos dos consagrados bandarilheiros Miguel Batista, antigo aluno da escola e actualmente integrado na quadrilha da figura do toureio Diego Ventura, e João Prates "Belmonte", um dos ex-alunos com a trajectória mais marcante como bandarilheiro, considerado uma referência do toureio português. 

Houve ainda uma distinção a João Mexia que recentemente deixou a escola para prosseguir a sua formação em Badajoz, num claro sinal de ambição, coragem e compromisso com o toureio.

O Almoço de Natal reafirmou, assim, o espírito de união que envolve a Escola de Toureio da Moita, valorizando o apoio daqueles que caminham lado a lado com o projeto e reforçando o seu compromisso com a formação, a excelência e a defesa da tauromaquia. 

Fotos Vanda Ferreira e D.R./Escola de Toureio da Moita

Momento da distinção ao valoroso novilheiro João Rodrigues
Homenagem a João "Belmonte", primeiro aluno da Escola da Moita
"Cuqui" com Simão Farrim, a estrela do futuro
Jorge Gonçalves e Pedro Brito de Sousa (Soc. Moitense de
Tauromaquia)

Estremoz: Tertúlia Tauromáquica reconduzida na gestão da praça de toiros

A Tertúlia Tauromáquica de Estremoz, presidida por Marco Pernas, foi a eleita pela Câmara Municipal, vencendo o concurso para adjudicação da praça de toiros local por um período de quatro anos, dando-se assim continuidade ao trabalho que já ali vinha desenvolvendo em parceria com a empresa Toiros & Tauromaquia (associação essa que pode voltar a ser feita).

Em segundo lugar ficou a proposta apresentada pelo cavaleiro local Francisco Maldonado Cortes, enquanto que a candidatura da Associação Tauromáquica de Estrermoz foi excluída por falta de apresentação do comprovativo de sócia da Associação Portuguesa de Empresários Tauromáquicos (APET).

Foto D.R.

25 de Abril: João D'Alva em San Agustín de Guadalix

O novilheiro João D'Alva - que anunciou há dias nas redes sociais que tomará a alternativa de matador de toiros em 2026 - está anunciado para tourear a 25 de Abril do próximo ano na primeira novilhada da Feira do Aficionado em San Agustín de Guadalix (Comunidade de Madrid), ciclo promovido pelo Club Taurino 3 Puyazos.

O jovem toureiro português actuará nessa novilhada matinal mano-a-mano com Jesús de Calzada, lidando-se (em concurso) novilhos das ganadarias Salvador Guardiola e Isaías e Túlio Vásquez.

Fotos D.R.

Construa a sua casa de sonho!


Ontem, domingo: 6.250 leram o "Farpas"

 

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domingo, 21 de dezembro de 2025

Balanço Cavaleiros/2025 - Ainda e sempre, Moura e Caetano!

Foto M. Alvarenga

Foto Pedro Batalha/@Paulo Caetano

João Moura e Paulo Caetano, Maestros da "Velha Guarda", protagonizaram, na óptica de Miguel Alvarenga, dois dos mais importantes momentos da temporada, deixando a marca de um passado que continua presente e se destaca do marasmo e do "mais do mesmo" em que vive, ou sobrevive, o toureio a cavalo actual, com raríssimas excepções e pouquíssimos casos de figuras que marcam a diferença. "Hoje, toureiam quase todos da mesma maneira" - escreve Miguel Alvarenga. Há um figurão que brilha além-fronteiras e que é pena não tourear mais por cá: Rui Fernandes. E há duas figuras que, quarenta anos depois, rescrevem a história que os pais protagonizaram nos seus anos de ouro: João Moura Jr. e João Moura Caetano. E há um quinteto de jovens que se destacam e chamam as atenções: Miguel Moura, Tristão Ribeiro Telles, Duarte Fernandes, António R. Telles filho e Paco Velásquez. É importante que os senhores empresários apostem nestes nomes e deixem de nos dar sempre a mesma música. No meio disto tudo, João Salgueiro (pai) anuncia o regresso às arenas em 2026. E já nada vai ser como estava. 2026 pode - deve! - ser um ano de grandes mudanças. O Director do "Farpas" analisa a temporada da nobre cavalaria. Onde há algumas esperanças a apontar, onde os "antigos" ainda são quem marca a diferença e onde os acomodados somam e seguem numa cantilena que é sempre a mesma...

 Miguel Alvarenga - Chamem-lhe saudosismo, chamem-lhe mau feitio, mas a realidade é que no meu tempo havia um punhado de cavaleiros de primeira linha e cada qual toureava à sua maneira, não se imitavam uns aos outros. Mais: levavam gente às praças... e hoje não há nenhum com essa força de bilheteira que eles tinham.

Só para entenderem de que tempo falo, recordo a classe de David Ribeiro Telles; a raça dos irmãos Manuel e Alfredo Conde; a irreverência e a revolução que vieram de São Marcos do Campo com o inigualável José Mestre Batista; a desenvoltura de José Maldonado Cortes; o classicismo e a popularidade de Luis Miguel da Veiga; a força de José Samuel Lupi, sobretudo em Espanha; mais tarde, a alegria do toureio de Gustavo Zenkl; a emoção e a verdade de José João Zoio; e por aí adiante...

Depois chegou João Moura e chegaram também Manuel Jorge de OliveiraJoão Ribeiro Telles, Paulo Caetano, Joaquim Bastinhas, Rui Salvador, depois António Ribeiro Telles, Luis Rouxinol, João Salgueiro e outros mais; a seguir Rui Fernandes. E todos estes continuaram a tourear cada qual com o seu estilo e marcando a diferença, apesar de já muito influenciados pelas novas regras do toureio a cavalo impostas pela revolução mourista. Mas, mesmo assim, diferentes uns dos outros.

Foto M. Alvarenga

Nos dia de hoje, toureia-se muito bem a cavalo, mas vivemos uma época de "mais do mesmo", quase todos toureiam igual, da mesma maneira, exceptuando um ou outro caso. E abro um parêntesis para referir a diferença de Marcos Bastinhas (foto de cima), cuja falta se sentiu neste ano de 2025 depois de ter anunciado que precisava de parar, logo no início da temporada. Diz-se que vai regressar. E oxalá o faça - porque todos sentimos a sua ausência. A sua alegria faz falta.

O mais constrangedor na actualidade é o facto de os toureiros da chamada nova vaga não arrastarem público às praças. O último grande toureiro com uma força brutal de bilheteira foi João Moura. Doa a quem doer, nunca mais houve outro assim.

Moura e Caetano: os momentos que marcaram o ano

Em 2025, houve, a meu ver, dois momentos altíssimos que marcaram a temporada: três ferros memoráveis do Maestro João Moura em Santarém na encerrona de seu filho João Moura Jr., que deixaram tudo e todos em delírio e ainda hoje se recordam; e a lição de cátedra, única, magistral, do Maestro Paulo Caetano (a celebrar 45 anos de alternativa e de glória) na corrida de abertura da mini-temporada do Campo Pequeno.

João Moura (mais magro, ao que sei, a fazer uma dieta, finalmente!), ainda sem novo apoderado, depois de se ter separado de Margarida Cardoso, voltará a cumprir temporada no próximo ano, uma temporada especial, a celebrar o 50º aniversário da sua primeira saída em ombros da Monumental de Madrid

Paulo Caetano, por seu turno, é previsível que nos proporcione mais uma lição de como se toureia a cavalo, já que deverá acompanhar seu filho João pelo menos numa corrida na celebração dos seus 20 anos de alternativa.

Há uns bons anos, ainda há-de haver quem se lembre, o saudoso empresário Rogério Amaro promoveu um cartel que deu a volta ao país e constituiu um sucesso: João Moura, Paulo Caetano e Joaquim Bastinhas. Num almoço com Rogério, sugeri-lhe que lhes chamasse o Trio da Apoteose. E assim foi. É de iniciativas destas que a Festa está a precisar. Mas já não há muitos empresários com visão, há só dois ou três. Muito menos com a cultura taurina que tinham os desse tempo. Hoje montam-se os cartéis "à balda", sem pensar primeiro nos interesses e no gosto do público aficionado de cada terra. Adiante.

Foto Plaza 1

E a completar o ramalhete de veteranos, há que registar também nesta temporada belíssimas actuações de António Ribeiro Telles (o mais clássico dos nossos cavaleiros), de Luis Rouxinol (a dar a cara todos os dias, sem conseguir estar mal vez nenhuma!) e, sobretudo, de Rui Fernandes (foto de cima) nas poucas vezes em que toureou em Portugal - um cavaleiro-figura com presença assídua nas primeiras praças e nas mais importantes feiras taurinas de Espanha, mas que continua (e muito bem!) a bater os pés à política de saldos a que chegou a tauromaquia nacional, lutando pela classe e pela dignidade da profissão e recusando-se a tourear por cachet's de cácárácá...

Diz-se que a jovem associação de antigos e muito aficionados forcados que gere a praça de Reguengos de Monsaraz vai promover em 2026 um mano-a-mano entre Rui Fernandes e João Moura Júnior. Ora aí está uma corrida com interesse e que foge à triste regra do mais do mesmo. Um "duelo" que importa ver: para concluir, afinal, quem manda nisto.

Foto Emílio de Jesus/Arquivo

O regresso de Salgueiro: nada vai ser como estava...

Resumindo: temos hoje muito bons cavaleiros, ninguém diz o contrário, mas falta-lhes o carisma e a força que ainda continuam a ter os veteranos, os que mantêm de pé a imagem eterna e jamais esquecida daqueles que foram os últimos tempos de ouro do toureio a cavalo - e aos quais se vem juntar outra vez no próximo ano o genial João Salgueiro (foto de cima), voltando, não duvido, a trazer uma nova e grande lufada de ar diferente - e mais puro - às grandes competições. Nada vai ser como estava. Esperem para ver...

Ana Batista celebrou em glória os seus 20 anos de alternativa. Cavaleira de grande profissionalismo e entrega à arte marialva. Está num grande momento, executando uma excelente temporada, destacando-se quando toureia com o cavalo "Hermoso".

Sónia Matias também comemorou duas décadas de alternativa, mas sem o mesmo brilho com que o fez Ana. Destacou-se numa corrida na Nazaré e pouco mais.

Também já catalogado como veterano, Gilberto Filipe não toureou muitas corridas, mas é sempre um gosto vê-lo montar e lidar com aprumo, continuando a dignificar a profissão de cavaleiro tauromáquico, a par da sua reconhecida arte na equitação de trabalho, de que é bi-campeão mundial.

Nesta temporada comemorou 30 anos de alternativa e disse adeus às arenas o cavaleiro Marco José. Sem ter alcançado o estatuto de primeira figura, andou três décadas a honrar a casaca e a arte que sempre protagonizou com aficion e dignidade.

Foto M. Alvarenga

Foto D.R.

Outra vez Moura e outra vez Caetano

João Moura Júnior toureou este ano um número reduzido de apenas oito corridas, das quais três foram encerronas (festas, digamos assim), uma em Santarém, outra em Angra do Heroísmo (a única com lotação esgotada) e a última em Portalegre. Apesar de apenas ter ido à guerra (entenda-se: à competição com os demais) em cinco corridas (o que não faz dele propriamente um triunfador de temporada, apesar de ter ganho o prémio do júri na Gala da Tauromaquia), reafirmou estar, na verdade, uns bons pontos à frente do pelotão.

Na linha da frente continuou João Moura Caetano (vencedor do importante prémio do público como cavaleiro triunfador da temporada na Gala da Tauromaquia), um artista que nos surpreende sempre pela sua entrega e afición à arte marialva, indo a todas as praças, cá e além-fronteiras, desenvolvendo o que sente. Foi um dos cavaleiros que marcou a temporada e, uma vez mais, pelo terceiro ano consecutivo, consagrou-se como líder do escalafón; e também João Ribeiro Telles, um cavaleiro de inspiração e muita afición, que acrescenta valor à sua arte trabalhando com cavalos postos por ele. 

Ainda no ramalhete dos da frente esteve um ano mais Francisco Palha, que, quando está bem, está bem a sério. Mas continua a ter um percurso muito irregular ao longo de cada temporada. Tudo pode sempre acontecer de cada vez que entra em praça! Em Alcochete viveu, na encerrona frente a seis sérios e exigentes toiros da ganadaria Palha, aquela que recordo como uma das melhores e mais importantes corridas do ano.

Manuel Ribeiro Telles Bastos, cavaleiro que continua a executar a escola antiga. Neste momento, a quadra não o ajuda a atingir o sítio que já pisou. Teve uma temporada marcada por altos e baixos, mas sempre num plano de imensa classe, muita entrega e bom gosto a tourear. 


Foto M. Alvarenga

Ousado, irreverente e valente como as armas, João Salgueiro da Costa (foto de cima) começou a temporada num bom plano, mas terminou-a num plano muito inferior. Continua a ser um toureiro apetecido e que aquece e aperta em qualquer competição, mas do qual tudo se espera, sem nunca haver a certeza de irmos assistir a um êxito daqueles que não se esquecem ou a um fracasso... dos que também não se esquecem mais... Pode não ter a vida muito facilitada em 2026 com o anunciado regresso às arenas de seu pai, o génio do toureio a cavalo. Por muito bons que muitos deles sejam (e são), a realidade é que não houve ainda um filho que fosse melhor que o pai, e por isso...


Foto M. Alvarenga

Outros se destacaram em 2025: Miguel Moura (foto de cima) em primeiro lugar. Um cavaleiro de grande valor que gostaríamos de ver com cavalos novos e interessantes, tem potencial para alcançar um patamar superior; Duarte Pinto, um cavaleiro fiel ao seu estilo, que mantém a regularidade; Luis Rouxinol Júnior, um cavaleiro popular e regular, mas que não sobressaiu como nos primeiros anos pós-alternativa, em que muito prometeu; António Prates, outro cavaleiro da nova vaga com valor de sobra, que por norma surpreende sempre pela positiva com uma entrega e uma raça própria dos eleitos; Joaquim Brito Paes, um cavaleiro fino e muito bem montado, mas que ainda não encontrou o seu sítio dentro da praça, tendo-se caracterizado esta temporada por altos (nomeadamente nas Sanjoaninas, na Ilha Terceira) e alguns baixos. Um cavaleiro de quem se espera sempre mais, com a certeza de que tem valor e condições para chegar mais além.


Uma palavra de apreço e admiração pela luta além-fronteiras de Paulo Jorge Ferreira, há muito anos a engrandecer o toureio a cavalo em terras da Califórnia, nos Estados Unidos da América, onde também mantêm a sua actividade regular Alberto Conde e João Soller Garcia (seria curioso montar-se um dia uma corrida por cá com os triunfadores da América, vamos nisso, senhores empresários? A Festa precisa de coisas diferentes, é quase sempre tudo mais do mesmo...).


Nos Açores, continuam a deitar cartas os irmãos Tiago e João Pamplona, tendo este actuado em Agosto no Campo Pequeno na corrida que ficou tristemente marcada pela morte do forcado Manuel Trindade, que saltou as tábuas para pegar precisamente o toiro que tinha sido lidado, com toda a dignidade e todo o brio, pelo jovem ginete da Ilha Terceira.


O ano alegre de Tristão... com o primo António e Duarte Fernandes "à perna"...


Passando aos novos que mais de destacaram, as notas mais importantes foram dadas por Tristão Ribeiro Telles, António Ribeiro Telles filho e Duarte Fernandes - deixo mais uma ideia, senhores empresários, que tal apostar num cartel de competição com estes três cavaleiros?


Foto M. Alvarenga

No segundo ano como cavaleiro de alternativa, este foi uma temporada alegre, muito alegre mesmo, para Tristão Ribeiro Telles (foto de cima). Com o fabuloso cavalo "Nureyev" (ferro Manuel Paim) alcançou alguns dos mais emotivos momentos da sua brilhante temporada. Tristão é um dos grandes triunfadores desta temporada. Mas "tem à perna" o primo António e o amigo Duarte...


Foto M. Alvarenga

O outro é seu primo António Ribeiro Telles filho (foto de cima), um cavaleiro de arte e também de risco, que não se limita a cravar ferros - que toureia os toiros. Com uma raça, uma arte e um bom gosto que enchem as medidas aos verdadeiros aficionados.


Foto M. Alvarenga

Duarte Fernandes (foto de cima) segue os passos do tio Rui, isto é, baseia mais a sua actividade além-fronteiras e toureia pouco em Portugal, o que é pena e se lamenta, porque um jovem desde calibre é essencial e é preciso para alimentar a competição e criar a paixão dos aficionados. Diz-se que desta é que vai ser e que em Agosto tomará a alternativa no Campo Pequeno apadrinhado pelo tio Rui, com o testemunho de Diego Ventura. Já esteve para ser este ano e não foi - este cartel faz falta em Lisboa!


Muitos se lembram dos tempos da competição Mestre Batista/Luis Miguel da Veiga e das paixões que cada um deles despertava nos sectores, com o público dividido entre um e outro. É isso que hoje faz falta à nossa Festa - e que os empresários, se quiserem e tiveram talento para o fazer, podem trazer de volta, promovendo a competição e a "guerra" entre estes "meninos".


Foto M. Alvarenga

Paco Velásquez na linha da frente


Paco Velásquez (foto de cima) foi outro jovem que este ano veio para cima, chegando por mérito próprio às filas da frente, devendo por isso ser também um dos novos cavaleiros com que os empresários podem valorizar e renovar os seus cartéis. É preciso que tenham arte e valor para que não deixem isto cair no marasmo dos elencos mais do mesmo. 


Dos rejoneadores que actuaram em praças portuguesas, o maior de todos foi Diego Ventura, que regressou após oito anos sem por cá tourear. Marcou o arranque da temporada actuando no Montijo mano-a-mano com Duarte Fernandes, enchendo a Monumental, sem a esgotar. Em Agosto esgotou o Campo Pequeno e deixou bem clara a sua força de primeiríssima figura mundial.


Andrés Romero voltou a fazer campanha no nosso país, onde continua a desfrutar de bom ambiente; o mexicano Emiliano Gamero voltou também a animar alguns cartéis, mantendo o estatuto de toureiro muito popular e marcando a diferença (faz o seu número mediático, chega às bancadas, atira o sombrero ao ar, mas toureia bem e mexe com o público, agita as hostes, faz falta um toureiro assim); e Guillermo Hermoso de Mendoza esteve em duas corridas, mas sem chegar perto do estrelato que conquistou seu pai, esse sim, ainda e sempre um ídolo da aficion portuguesa.


As novidades: André Gonçalves e João Gregório de Oliveira


Noutra divisão e noutro campeonato, podendo qualquer um deles saltar de repente para a fila da frente, continuaram a sua luta cavaleiros como Paulo Jorge Santos e David Gomes (ambos mais em Espanha do que por cá), Mara Pimenta, Soraia Costa (dois valores do toureio equestre feminino que se lamenta tourearem tão pouco), Parreirita Cigano (injustamente esquecido pelas empresas, um toureiro de um valor tremendo e que muito prometeu no seu arranque), Gonçalo Fernandes (outro valor que nunca desilude), Marcelo Mendes, Diogo OliveiraTiago Carreiras e outros mais.


Mariana Avó foi a cavaleira praticante que mais toureou, manifestando uma evolução muito positiva, destacando-se também jovens como Francisco Maldonado Cortes (que tem prometido muito, mas tarde em se afirmar porque toureia pouco), Luis Pimenta e António Mendonça (estes dois últimos com triunfais participações em Espanha e também algumas por cá), o promissor Manuel de Oliveira (prestes a tomar a alternativa) e Vasco Veiga, que este ano fez a prova e se estreou de casaca, um cavaleiro bem recebido pelo público e também bem acarinhado pelos empresários pelas boas maneiras com que se está a revelar.


Foto João Silva

Foto D.R.

Por fim, uma palavra de apreço para o jovem luso-mexicano André Gonçalves (primeira foto de cima), que deixou excelente ambiente depois dos marcantes triunfos em Paio Pires e em Évora; e para o também jovem cavaleiro amador João Gregório de Oliveira (foto de cima), que este ano se estreou e que pode vir a ser um caso. Tomás Moura vai em crescendo, com a responsabilidade do apelido que tem às costas. Fez no final da época em Estremoz a prova para cavaleiro praticante, mas depois não se chegou a estrear de casaca. Pode ser uma boa cartada empresarial para uma das primeiras corridas da próxima temporada.


Em suma: há valores para assegurar o futuro do nosso toureio a cavalo. Há figuras acomodadas e instaladas que precisam de se agitar e não andar sempre a marcar passo todos iguais uns aos outros. Há ainda os Maestros a deitar cartas - e os filhos são todos muito bonzinhos, mas ainda não lhes conseguiram chegar aos calcanhares...


Os empresários precisam de ser mais ousados. De inovar os cartéis. De ter uma mais ampla visão quanto ao futuro. Se não, isto acaba por estagnar.


Venha 2026!


Fotos D.R.