Miguel Alvarenga - Praça totalmente cheia e ambiente a lembrar tempos passados. A empresa "Aplaudir" atingiu ontem os seus objectivos e deu mais uma lição, conseguindo, através da prática de preços populares, uma inusitada afluência de público na Monumental "Celestino Graça" - onde ao intervalo se prestou merecida e sentida homenagem ao presidente da Câmara, Moita Flores, exemplo de afición e de autarca respeitador das seculares tradições nacionais. Um caso. O público aplaudiu de pé na hora de render tributo ao político que nunca virou as costas à Tauromaquia.
Artisticamente, assistiu-se à competição entre João Moura, Diego Ventura e João Moura Jr e se não houve propriamente vencidos ou vencedores, viu-se a maestria de Moura no primeiro, a arte de Ventura no seu primeiro (dando no segundo a volta a um manso como lhe foi possível, ainda assim agradando ao público) e a confirmação de Moura Jr., protagonista de duas grandes actuações, destacando-se sobretudo na última. Os toiros de Passanha, muito bem apresentados, transmitiram menos do que se desejava e alguns "mansearam". Dificultaram a vida aos Forcados de Santarém e Alcochete, que estiveram valentes e resolveram a papeleta sem incidentes, com a garra e raça que os caracterizam. Dirigiu José Tinoca com acerto. O maior triunfo da tarde foi, sem dúvida, a praça cheia e o ambiente que se viveu na "Celestino Graça".
Foto M. Alvarenga
