Miguel Alvarenga - Vasco Dotti, o valente cabo do Grupo de Vila Franca, que na próxima terça-feira se despede na "Palha Blanco" passando o testemunho a Ricardo Castelo, podia ter morrido quinta-feira passada no Campo Pequeno quando pegou o último toiro da corrida televisionada pela RTP, lidado por Tiago Carreiras. O pau de uma bandarilha atingiu-o de forma aparatosa no pescoço, motivando que Dotti só concretizasse a pega ao segundo intento.
Por milagre e graças a Deus, o forcado não sofreu nenhum ferimento - mas o incidente podia ser fatal e impressionou sobretudo quantos assistiam ao festejo pela televisão e se aperceberam da violência com que o pau da bandarilha curta atingiu o pescoço de Vasco Dotti. Uma cena que se teria evitado se tivessem sido utilizadas as bandarilhas de segurança espanholas, que dobram depois de cravados no toiro.
O caso ocorreu precisamente oito dias depois de um forcado do grupo de Moura ter sido espetado por uma farpa no peito numa corrida realizada na Amareleja e um mês depois de o cabo do Barrete Verde de Alcochete, João Salvação, ter cegado de um olho depois de atingido pelo pau de uma bandarilha comprida na arena de Alcochete.
As coisas vão acontecendo. E os responsáveis (entidades governamentais e instituições da própria Festa) continuam mudos e quedos. Se calhar, à espera que engrosse a trágica lista de vítimas das bandarilhas. Até quando, meus senhores?
Foto João Dinis