segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Enganou-se o senhor dos pneus...



Miguel Alvarenga - O senhor Abel dos Pneus enganou-se. Bateu na porta errada. O senhor Abel dos Pneus não tem princípios. Eu tenho.
Explico: veio há pouco ao blog do Hugo Teixeira ("diário taurino"), que me ligou de imediato para recolher a minha versão, trazendo pela mão o senhor Luis Carlos (bilheteiro) para que este esclarecesse que no sábado, no Montijo, pagou a toda a gente... menos ao "Farpas Blogue" e ao cavaleiro João Moura (que, pelos vistos, toureou "de borla" nessa tourada). Mais informa o senhor Luis Carlos, e eu confirmo, que foi paga ao "Farpas Blogue" a importância de... 500 euros.
O senhor Abel sabia, tão bem quanto eu, que o valor da publicidade feita à corrida do Montijo não tinha nada a ver com essa importância... disse-me, na bilheteira e na presença do senhor Luis Carlos e de outro senhor, que presumo ser um dos patrocinadores da tourada, mas que não conheço, que o dinheiro da bilheteira "não dava sequer para pagar aos toureiros", que tinha "feito menos de um quarto de casa" e mostrou-me, inclusivamente, um papel com o valor apurado no bilheteira: pouco mais de 21 mil euros.
Na noite de sábado, jantava eu com a Rita no "Ramiro", em Lisboa, o senhor Abel fartou-se de me ligar. Estava em pânico, não sei porquê. Talvez tivesse a consciência pesada. Nunca atendi.
No dia seguinte (ontem, domingo), soube por um amigo comum que o senhor Abel continuava "em pânico" (continuo sem saber porquê) e tinha vindo para Lisboa "à minha procura" para "me pagar o que me devia". Agradeço, mas não se trata de uma questão de dinheiro. Trata-se, sim, de uma questão de princípio. E princípios é coisa que o senhor Abel dos Pneus, pelos vistos, não tem.
Não reclamo o dinheiro que o senhor Abel me deve. Não escrevi no "Farpas Blogue" que o senhor Abel devia dinheiro do blogue. A questão não é essa. Escrevi, porque foi ele mesmo quem mo disse, que a tourada do Montijo fora "um buraco" e o senhor Abel ficara a dever dinheiro a alguns intervenientes. Ele próprio confirmou ontem ao referido amigo comum que "tinha ainda contas a fazer" com o ganadeiro Romão Tenório.
É, repito, uma questão de princípio. Os compromissos honram-se. Eu entendo que o senhor Abel esteja a viver dificuldades. Todos estamos. Na sua empresa, na sua vida. Talvez por isso tenha recentemente equacionado ir para África. E ainda sábado tenha tido uma conversa com alguém sobre isso. Mas a questão não importa.
Contei a verdade do que se passou no Montijo. Isso, pelos vistos, incomodou muito o senhor Abel. Mas quem não tem competência para ser empresário, não se estabelece.
Que fique bem claro: nada me move pessoalmente contra o senhor Abel dos Pneus. Pelo contrário. Não vim aqui reclamar o dinheiro que me ficou a dever - e que ontem veio a Lisboa com intenção de me pagar. É bom que tenha reconhecido que mo deve. Ao menos isso. Mas pode guardá-lo. Não é uma questão de dinheiro que está em causa. É uma questão de princípio. Não há guerra nenhuma entre mim e o senhor Abel dos Pneus. Nem podia haver.
O senhor Abel tem é que ter mais cuidado quando atira pedras aos outros. Como atirou há dias ao empresário Rodrigo Tendeiro. É que, afinal, o senhor Abel não é tão sério como parece. E há outras histórias que não têm a ver só com a Monumental do Montijo. E já dizia o outro: a mulher de César...

Foto D.R.