Miguel Alvarenga - O senhor Abel dos Pneus enganou-se.
Bateu na porta errada. O senhor Abel dos Pneus não tem princípios. Eu tenho.
Explico: veio há pouco ao blog do Hugo
Teixeira ("diário taurino"), que me ligou de imediato para recolher a
minha versão, trazendo pela mão o senhor Luis Carlos (bilheteiro) para que este
esclarecesse que no sábado, no Montijo, pagou a toda a gente... menos ao
"Farpas Blogue" e ao cavaleiro João Moura (que, pelos vistos, toureou
"de borla" nessa tourada). Mais informa o senhor Luis Carlos, e eu confirmo,
que foi paga ao "Farpas Blogue" a importância de... 500 euros.
O senhor Abel sabia, tão bem quanto eu, que
o valor da publicidade feita à corrida do Montijo não tinha nada a ver com essa
importância... disse-me, na bilheteira e na presença do senhor Luis Carlos e de
outro senhor, que presumo ser um dos patrocinadores da tourada, mas que não
conheço, que o dinheiro da bilheteira "não dava sequer para pagar aos
toureiros", que tinha "feito menos de um quarto de casa" e
mostrou-me, inclusivamente, um papel com o valor apurado no bilheteira: pouco
mais de 21 mil euros.
Na noite de sábado, jantava eu com a
Rita no "Ramiro", em Lisboa, o senhor Abel fartou-se de me ligar.
Estava em pânico, não sei porquê. Talvez tivesse a consciência pesada. Nunca
atendi.
No dia seguinte (ontem, domingo), soube
por um amigo comum que o senhor Abel continuava "em pânico" (continuo
sem saber porquê) e tinha vindo para Lisboa "à minha procura" para
"me pagar o que me devia". Agradeço, mas não se trata de uma questão
de dinheiro. Trata-se, sim, de uma questão de princípio. E princípios é coisa
que o senhor Abel dos Pneus, pelos vistos, não tem.
Não reclamo o dinheiro que o senhor Abel
me deve. Não escrevi no "Farpas Blogue" que o senhor Abel devia
dinheiro do blogue. A questão não é essa. Escrevi, porque foi ele mesmo quem mo
disse, que a tourada do Montijo fora "um buraco" e o senhor Abel
ficara a dever dinheiro a alguns intervenientes. Ele próprio confirmou ontem ao
referido amigo comum que "tinha ainda contas a fazer" com o ganadeiro
Romão Tenório.
É, repito, uma questão de princípio. Os
compromissos honram-se. Eu entendo que o senhor Abel esteja a viver
dificuldades. Todos estamos. Na sua empresa, na sua vida. Talvez por isso tenha
recentemente equacionado ir para África. E ainda sábado tenha tido uma conversa
com alguém sobre isso. Mas a questão não importa.
Contei a verdade do que se passou no
Montijo. Isso, pelos vistos, incomodou muito o senhor Abel. Mas quem não tem
competência para ser empresário, não se estabelece.
Que fique bem claro: nada me move
pessoalmente contra o senhor Abel dos Pneus. Pelo contrário. Não vim aqui reclamar
o dinheiro que me ficou a dever - e que ontem veio a Lisboa com intenção de me
pagar. É bom que tenha reconhecido que mo deve. Ao menos isso. Mas pode
guardá-lo. Não é uma questão de dinheiro que está em causa. É uma questão de
princípio. Não há guerra nenhuma entre mim e o senhor Abel dos Pneus. Nem podia
haver.
O senhor Abel tem é que ter mais cuidado
quando atira pedras aos outros. Como atirou há dias ao empresário Rodrigo
Tendeiro. É que, afinal, o senhor Abel não é tão sério como parece. E há outras histórias que não têm a ver só com a Monumental do Montijo. E já dizia
o outro: a mulher de César...
Foto D.R.