domingo, 9 de dezembro de 2012

Gala "Farpas": Aficion e Fado em total sintonia numa noite de arromba!

Mestre Sidónio Pereira, Luis Caeiro e Bernardo Viana
Luis Caeiro - a nova vedeta do Fado! Fixem o nome, oiçam a voz!
Mestre Sidónio Pereira e Bernardo Viana (Prémio Amália/2012)
Na mesa dos fadistas, a secretária particular da Diva Amália Rodrigues
Alvarenga e Cortesão em dueto - no Fado, como na escrita
O "Embuçado" por Miguel Alvarenga... em versão "Saneado"!
João Cortesão cantou alguns dos mais bonitos - e tão actuais - fados
escritos por Maria Manuel Cid
"Tive um barco e dei-lhe um nome..." - Henrique de Carvalho Dias brindou-nos
com a sua bonita voz, cantando com sentimento
Elizabete da Veiga, a Princesa Africana do Fado, cantou alguns fados
do seu cd "Povo" e terminou a sua actuação, com a sala a aplaudir de pé,
com um tributo aos Forcados de Alcochete!

O Fado - e que noite de Fado! - esteve em total e perfeita sintonia com a Aficion na Grande Gala "Farpas", sexta-feira no emblemático "Alfoz" em Alcochete. Ou não fosse esta uma das terras onde melhor se canta - e se ouve - a canção Património da Humanidade!
Mestre Sidónio Pereira - um ícone da guitarra portuguesa! - e Bernardo Viana - jovem vencedor do Prémio Amália/2012 - foram os músicos em acção. E com que arte e inspiração estiveram!
O público delirou com Luis Caeiro, a grande revelação do Fado - a provar que, tal como nas arenas (e esse foi o tom da Gala "Farpas", premiando muitos dos jovens valores) também nos palcos estão a surgir as vedetas do futuro.
Natural de Montoito (Reguengos de Monsaraz), conterrâneo, portanto, do apoderado e empresário Rodrigo Tendeiro (presente na festa), o jovem Luis Caeiro, como muitos, sentiu o "chamamento" do Fado depois de ouvir a Diva Amália - de quem é profundo admirador e de quem interpretou alguns dos mais famosos fados que ela imortalizou, como "Povo que Lavas no Rio", "Foi Deus" e "Queria Cantar-te um Fado". E com que voz os cantou!
Há alguns anos nas andanças fadistas, em plano de amadorismo, Luis Caeiro decidiu - e em  boa hora o fez - enveredar este ano pela carreira profissional. Há menos de um mês, lançou o seu primeiro cd, "Hoje Há Fado" e foi o primeiro fadista a fazer um lançamento na Casa-Museu de Amália Rodrigues, em Lisboa.
Sexta-feira, a voz cristalina de Luis Caeiro "encheu" a sala e constituiu uma verdadeira apoteose. O Fado tem uma nova estrela!
Mas não só: outra autêntica revelação foi Elizabete da Veiga, nascida em Portugal, de ascendência cabo-verdiana, a Princesa Africana do Fado. Novos valores em lançamento "apadrinhados" pelo mágico da guitarra Sidónio Pereira.
O público que enchia pelas costuras a bonita sala panorâmica do "Alfoz" deliciou-se ainda com um dueto de João Cortesão e Miguel Alvarenga (nem só de escrever vivem os críticos taurinos...). Depois, a solo, Cortesão cantou alguns dos mais bonitos fados escritos por Maria Manuel Cid - os anos passaram, mas "as letras continuam cada vez mais actuais", como ele mesmo sublinhou.
Miguel Alvarenga cantou a sua letra do "Embuçado" em versão "Saneado" e Henrique de Carvalho Dias fechou a noite fadista de forma também admirável com o fado "Tive um Barco".

Fotos Emílio de Jesus e Ricardo Relvas