sexta-feira, 24 de maio de 2013

Amanhã, sábado: João Moura despede-se da "sua" Monumental de Madrid

Junho de 1976, Madrid: João Moura e o "Ferrolho"
- uma dupla para a história!
Madrid, praça cheia. Na arena, um ídolo: João Moura
10 de Junho de 1976 em Madrid. Era Dia de Portugal e o Rei de Espanha
torna-se fã da "revolução mourista". O jovem cavaleiro tem 16 anos de idade
Em 37 anos, saíu 9 vezes em ombros pela "porta grande" de Las Ventas
e muitas mais haveria de ter saído, não fosse a má sorte com o rojão de morte...

João Moura despede-se amanhã da aficion madrilena naquela que será a sua última corrida na Monumental de las Ventas, na qual fará a apresentação de seu filho Miguel, alternando ambos com Pablo Hermoso de Mendoza.
O adeus acontece 37 anos depois de João Moura ali se ter estreado, a 27 de Maio de 1976, deixando todo o mundo "de boca aberta" numa histórica actuação, com apenas 16 anos de idade, a um toiro da ganadaria portuguesa de Núncio e utilizando precisamente dois cavalos que haviam pertencido ao Mestre: o "Importante" e o "Ferrolho". A Espanha inteira ficou a falar do "niño prodígio" e o jovem Moura recebeu o troféu como melhor cavaleiro da Isidrada.
Dias depois, a 10 de Junho, é repetido em Madrid na mais importante corrida do calendário taurino espanhol, a de Beneficência. Lida um toiro de Bohórquez, a que corta as duas orelhas e sai, com um sorriso meio tímido, em ombros pela "porta grande". O rei Juan Carlos assiste à corrida, recebe o toureiro português ao intervalo no Camarote Real e torna-se imediatamente fã da "revolução mourista".
Ao longo de mais de três décadas, João Moura saíu nove vezes em ombros pela "porta grande" de Madrid - e apenas nove porque o rojão de morte foi sempre em Espanha o seu "calcanhar de Aquiles".
Em Las Ventas, o Maestro português é um ídolo incontestado e adorado pela aficion de Madrid.

Fotos Enrique, M. Alvarenga, D.R. e Bótan/Arquivo