segunda-feira, 27 de maio de 2013

Crítico de "El País" arrasa Mouras...

Lágrimas de decepção - impressionante foto
de Paloma Aguilar publicada ontem no diário "ABC"
Moura "podia ter evitado esta triste despedida se não tem vindo a Madrid"
e o filho Miguel "não tem bagagem" para se apresentar na primeira arena do mundo
- escreve o crítico taurino do diário "El País"

Embora toda a Imprensa destaque que foi "agridoce" a tarde de despedida de João Moura em Madrid, no último sábado, a generalidade da crítica - nomeadamente os jornais "El Mundo", "ABC" e "Hoy" - foi unânime em respeitar e reconhecer toda a trajectória do Maestro ao longo de quase 40 anos (estreou-se em Las Ventas há 37, com apenas 16 de idade) e também em aplaudir a estreia de seu filho Miguel, consagrando todavia a presença de Pablo Hermoso de Mendoza, a quem todos aplaudiram o seu brilhante labor nessa tarde.
Só o crítico António Lorca, do influente diário "El País", não afinou pelo mesmo diapasão dos restantes companheiros de escrita, arrasando por completo os Moura.
Lorca "mima" João Moura referenciando-o como "um cavaleiro que se despedia e em que se notou em demasia o passar dos anos" e ao filho Miguel descreve-o como "um chavalín que não demonstrou as mínimas condições para confirmar a alternativa em Madrid"...
"O primeiro despediu-se com lágrimas nos olhos, que mais pareciam fruto da sua decepção que da emoção. O segundo, um niño todavia, no tem a formação necessária para confirmar na primeira praça do mundo", escreve o cronista de "El País", acrescentando:
"Estas situações de um pai que se retira e de um filho que chega são propícias à sensibilidade, que não faz sentido numa praça de tanta responsabilidade como a madrilena. João Moura foi uma figura reconhecida; nota-se-lhe a solera na mesma medida que o vazio da passagem dos anos. O seu toureio soa a passado, perdeu faculdades e não evoluiu. Não se pôde luzir com o seu primeiro toiro, prejudicado por uma aparente lesão e ofereceu uma lastimosa imagem na hora de matar o quarto. Triste despedida - assobios incluídos - que podia ter evitado se não tem vindo a Madrid. E o seu filho Miguel, que ainda não cumpriu os 17 anos, carece de bagagem necessária para se apresentar nesta praça. Falhou reiteradamente no seu primeiro com os rojões de castigo e as bandarilhas, numa actuação muito deficiente; veio acima no último e agradou ao respeitável à base do entusiasmo juvenil que não pôde ocultar a sua inexperiência. Apesar de tudo, deu uma volta ao ruedo".

Fotos Paloma Aguilar/"ABC" e Juan Andrés H. Mendoza/www.pablohermoso.net/"Farpas"