quinta-feira, 4 de julho de 2013

P.J. prossegue investigações: é este o suspeito de ter morto José M. Cortes



Tem 19 anos, não possui antecedentes criminais e foi ontem presente ao juiz de Instrução Criminal do Tribunal de Alcácer do Sal como suspeito de ser o assassino de José Maria Cortes, saudoso cabo dos Forcados Amadores de Montemor e jogador de rugby na equipa de Agronomia - o juiz decretou como medida de coacção a prisão preventiva.
O Tribunal considerou haver indícios suficientes que o incriminam como autor do crime que vitimou o forcado José Maria Cortes, de 29 anos, durante uma rixa ocorrida no recinto da feira de Alcácer do Sal na madrugada do passado dia 23 de Junho. Cortes viria a falecer em Lisboa, no Hospital de Santa Maria, quatro dias depois de ter sido esfaqueado no coração.
O "Correio da Manhã" publicou hoje esta foto da autoria do repórter Hugo Rainho, que documenta o momento em que o detido saía do Tribunal, acompanhado por agentes da Polícia Judiciária de Setúbal, que o levaram para a Cadeia de Setúbal, onde vai agora aguardar pelo julgamento - que terá de se realizar nos próximos dezoito meses, prazo limite para que um indivíduo se mantenha em prisão preventiva.
Alto, magro, residente num bairro social na cidade de Setúbal, o presumível homicida não confessou o crime e assumiu-se como inocente.
Foi detido anteontem pela Brigada de Homicídios da P.J. de Setúbal depois de confirmada a prova testemunhal. Antes da sua prisão e segundo apurámos, foram ouvidos vários indivíduos que tinham sido identificados pela GNR no local dos incidentes, um dos quais chegou mesmo a ser detido dias depois da agressão a José Maria Cortes, sendo entretanto libertado.
Na rixa em Alcácer ficaram feridas dez pessoas, entre as quais um soldado da GNR (agredido a soco na boca) e outro forcado dos Amadores de Montemor, o jovem Francisco Maria Borges, também esfaqueado numa perna (junto à virilha) e no peito, mas que, felizmente, se encontra já em casa e livre de perigo. O indivíduo ontem mandado em prisão preventiva pelo Tribunal de Alcácer não é acusado deste outro esfaqueamento, mas unicamente suspeito de ter causado a morte ao cabo dos forcados montemorenses.
Entre os dez feridos de Alcácer conta-se outro jovem, membro do grupo opositor ao dos forcados e que se encontra ainda internado em estado de coma e com prognóstico "muito grave", no Hospital de São José, em Lisboa. A família também já apresentou queixa "contra terceiros" e por isso mesmo a Polícia Judiciária de Setúbal prossegue as investigações - que não terminaram com a detenção deste suspeito - e tem já identificados vários dos participantes na rixa, pertencentes aos dois grupos (populares e forcados) que protagonizaram uma verdadeira "batalha campal" no recinto da Feira Pimel, em Alcácer.
Entretanto, ontem, em Lisboa, a Igreja de São João de Deus voltou a ser ponto de união entre centenas de forcados, jogadores de rugby e amigos do saudoso José Maria Cortes, que assistiram à missa de sétimo dia por sua alma. Dois familiares do forcado recordaram no final do acto, em emotivas palavras, o perfil inigualável daquele que foi um extraordinário desportista, um bom amigo e um dos maiores forcados dos últimos anos.
Esta noite, na praça do Campo Pequeno e à semelhança do que tem acontecido em todas as praças de toiros nos últimos dias, será guardado um minuto de silêncio por alma de José Maria Cortes, autor da última pega ali realizada na última corrida que ali teve lugar, no passado dia 20 de Junho.

Fotos D.R./@Correio da Manhã