Na sequência da polémica entrevista do cavaleiro Francisco Cortes (foto de cima) ao jornal "E" (Estremoz), que ontem aqui reproduzimos, e das graves acusações que nela faz à empresa "Campo e Praça", de António M. Barata Gomes e Albino Caçoete (foto da esquerda), veio agora esta responder ao toureiro, através da carta que aqui se reproduz na íntegra e que a empresa enviou ao referido jornal, solicitando a sua publicação ao abrigo do Direito de Resposta consagrado na Lei de Imprensa:
No último número do vosso jornal foi
publicada uma entrevista ao cavaleiro tauromáquico Francisco Cortes, na qual o
entrevistado fez afirmações que, pela sua gravidade, deixaram os sócios da
empresa Campo e Praça deveras preocupados.
Com o intuito de esclarecer os aficionados
em geral e os estremocenses em particular, importa fazer referência aos
seguintes factos:
1 - Tendo em consideração o natural
entusiasmo gerado em redor da corrida de reinauguração da praça de touros de
Estremoz, foram vários os cavaleiros, grupos de forcados e ganadeiros que se
mostraram interessados em fazer parte do cartel;
2 - Optou a empresa Campo e Praça pela
contratação de sete figuras com créditos firmados na tauromaquia nacional, o
grupo de forcados de Montemor , cujo malogrado cabo pertencia à família Cortes,
o grupo de forcados de Monforte, que tem nas suas fileiras inúmeros elementos
do concelho de Estremoz, e uma ganadaria cuja qualidade tem sido sobejamente
comprovada;
3 - Entendeu a empresa não ser honesto da
sua parte incluir o Sr. Francisco Cortes no cartel, tendo em consideração que
partiria em clara desvantagem qualitativa relativamente aos restantes
cavaleiros em praça;
4 - Ao contrário daquilo que o Sr.
Francisco Cortes afirma, a empresa Campo e Praça incluiu no cartel um cavaleiro
da terra, de seu nome João Maria Branco. Ao contrário do Sr. Francisco Cortes,
João Maria Branco não actuou este ano nas praças de Vila Viçosa, Sousel,
Montemor, Terrugem ou Alter, mas sim nos grandes palcos da tauromaquia
nacional, incluindo duas noites na praça do Campo Pequeno onde, na corrida da
RTP, teve o gesto de brindar uma lide ao Exmo. Sr. Luis Mourinha, Presidente da
Câmara Municipal de Estremoz. Importa salientar que João Maria Branco é hoje
uma figura em crescendo do panorama taurino nacional e não uma eterna esperança
com vinte e seis anos ininterruptos nestas andanças. Como diz, e muito
apropriadamente, o Sr. Francisco Cortes, é dentro da praça que se devem dar
provas de valor;
5 - Desconhece esta empresa que em alguma
das ocasiões que o Sr. Francisco Cortes actuou em Estremoz, quer na praça fixa
quer em praças móveis, a lotação das mesmas se tenha, sequer, aproximado da
totalidade;
6 - Relativamente à corrida de homenagem
ao Sr. José Maldonado Cortes, um dos sócios desta empresa foi recebido na casa
do próprio dois dias antes da corrida de reinauguração da praça, altura em que,
obviamente, o cartel da mesma já era sobejamente conhecido. Esse encontro tinha
como objectivo propor ao Sr. José Maldonado Cortes a realização de uma corrida
em sua homenagem e na qual, logicamente, o seu filho faria parte do cartel.
Estranha-se, portanto, que um dos sócios da empresa sobre a qual o Sr.
Francisco Cortes faz tão infames comentários tenha sido recebido em casa de
seus pais;
7 - Desconhece esta empresa que a dinastia
Cortes alguma vez tenha organizado corridas de toiros cujo lucro tenha revertido
integralmente para instituições de solidariedade social de Estremoz;
8 - Como muito bem refere o Sr. Francisco
Cortes, a lotação da praça foi consideravelmente reduzida em consequência das
obras, de quatro mil para dois mil e quatrocentos lugares. O montante envolvido
na montagem do cartel e a parca lotação da praça impossibilitaram a prática de
preços mais acessíveis. No entanto, preferiu a empresa Campo e Praça correr o
risco de oferecer aos aficionados estremocenses um cartel digno dos seus
pergaminhos;
9 - Tendo a dinastia Cortes explorado a
praça de toiros de Estremoz durante vários anos, faz parte integrante de todos
aqueles que nada fizeram para evitar a sua calamitosa degradação. Como o Sr.
Francisco Cortes muito bem refere, nela treinou durante anos e anos. Como o Sr.
Francisco Cortes muito bem sabe, a dinastia Cortes utilizou a praça de toiros
de Estremoz como cavalariça, curral e picadeiro, sem que alguma vez tenha
tomado a iniciativa de proceder a algum tipo de obra de restauro ou manutenção;
10 - A empresa Campo e Praça nutre o
maior respeito pela trajectória do Sr. José Maldonado Cortes na tauromaquia.
Aliás, por algum motivo será, garantidamente, o cavaleiro que mais corridas de
comemoração de alternativa e homenagem foi alvo em Portugal;
11 - Para finalizar, e tendo em
consideração o desconhecimento desta empresa relativamente à naturalidade do
Sr. Francisco Cortes, estranha-se que se diga estremocense mas no seu perfil no
Facebook se apresente como natural de Lisboa. Talvez também devesse ter sido
convidado para a reinauguração da praça da capital...!
Campo e Praça
Lançada, 23 de Setembro de 2013
Fotos M. Alvarenga e Emílio de Jesus