sábado, 7 de dezembro de 2013

Campo Pequeno esgotado: José Cid encanta milhares em mais de 3 horas de delírio


Miguel Alvarenga - Afinal e pese embora o facto de os homens dos toiros serem, às vezes, tão complicadinhos, a receita nem parece assim tão difícil para esgotar o Campo Pequeno, como ontem aconteceu com o concerto de José Cid. Nem é preciso recorrer à antiquada mania de publicitar o evento através de cartazes de papel colados em paredes por onde já ninguém passa ou afixados nas montras dos cafés onde já ninguém pára para os ler... Basta, apenas e só, marketing. Apostar nos meios de comunicação certos, nomeadamente na televisão (como fez a produtora do concerto de ontem) utilizar o mundo por onde hoje todos passeiam diariamente, a internet. E não actuar quinhentas e cinquenta vezes em todos os recintos dos arredores antes de chegar à capital. Mais importante: José Cid canta uma vez por ano no Campo Pequeno. Se lá cantasse de quinze em quinze dias, certamente que a casa não registaria a afluência que ontem registou - pelo sexto ano consecutivo, o rei encheu a praça e encantou milhares ao longo de mais de três horas de espectáculo, sem um momento de descanso, sem intervalo, com a mesma genica e a mesma garra de sempre. José Cid tem "apenas" 71 anos - e que Deus o conserve por muitos mais! - e parece ele que começou ontem. Marcou a nossa juventude, crescemos a ouvir os "Vinte Anos", "A rosa que te dei", "O dia em que o rei fez anos", "Ontem, hoje e amanhã", "A lenda d'El Rei D. Sebastião" e tantos outros temas que ele ontem recordou, com a mesma voz, com o mesmo impacto e com a mesma força dos tempos primeiros. A faixa etária era alta, José Cid é um nome do "meu tempo", mas que conseguiu também cativar os mais novos e manter sempre a seu lado os "cotas". Estávamos lá todos ontem. Vibrámos, cantámos, acompanhámos o "Tio Zé", descobrimos um novo talento, José Perdigão. E recordámos o passado. Foi muito bom. E a verdade é que José Cid pode hoje vangloriar-se de ter sido, afinal de contas, o grande triunfador de 2013 no Campo Pequeno. E o único que esgotou a praça. Olé!

Fotos Malpevent/@José Cid/Facebook e Ana de Alvarenga