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| O toiro "Garção I", com o nº 56 e o peso de 570 quilos, da ganadaria do Engº Jorge de Carvalho, que causou a morte no sábado em Cuba ao forcado Pedro Primo |
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| Pedro Miguel Primo tinha 25 anos e realizava a sua última pega quando foi colhido de morte no sábado em Cuba |
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| Ricardo Silva "Pitó" morreu há 15 anos na arena da praça de Arruda dos Vinhos, quando também pegava um toiro da ganadaria do Engº Jorge de Carvalho (na foto de baixo) |
Tinha 570 quilos o toiro nº 56, de nome "Garção I", da ganadaria do Engº Jorge de Carvalho que no sábado passado causou a morte do forcado Pedro Miguel Primo, de 25 anos, dos Amadores de Cuba, comandados por José Horta, na corrida que se celebrou na praça da vila alentejana de Cuba (Beja).
Por ironia do destino, este foi o segundo toiro desta ganadaria a matar um forcado. Há precisamente 15 anos, na arena da praça de Arruda dos Vinhos, o malogrado Ricardo Silva "Pitó", dos Amadores de Vila Franca, também perdeu a vida quando pegava um toiro do Engº Jorge de Carvalho (foto ao lado).
"É uma triste coincidência, que lamento porfundamente, mas não são as ganadarias que matam os forcados", diz-nos o ilustre ganadero, acrescentando:
"Foram situações completamente distintas. O 'Pitó' morreu porque vinha fechado na cara do toiro, era um grande forcado, e embateu com tremenda violência contra um dos pilares de cimento da trincheira. Este rapaz, em Cuba, a quem presto as minhas mais sentidas homenagens, foi três vezes à cara do meu toiro e, como se pode ver pela sequência fotográfica de Vitor Besugo, tinha ficado logo na primeira tentativa, se tivesse tudo ajudas e não teve. Aguentou sózinho até mais não poder. Na segunda tentativa teve um ajuda a deitar-lhe a mão, mas o resto do grupo não e na terceira já não aguentou mais. Lamento muito este tragédia".
O toiro do Engº Jorge de Carvalho recolheu sem ter sido pegado e o mesmo sucedera com o toiro anterior, primeiro da corrida, da ganadaria António Silva, que os Amadores de Bencatel tentaram pegar nove vezes, sem sucesso. Sábado em Cuba tratava-se de um Concurso de Ganadarias, que foi ganho pelo exemplar de Fernandes de Castro.
O toiro do Engº Jorge de Carvalho era cruzado de Murube, como o próprio ganadero nos informa e teve, segundo o proprietário, "um comportamento normal, teve mobilidade, não humilhou muito e foi muito bem lidado pelo cavaleiro António Maria Brito Paes. Ao que me parece, pela sequência das fotos, o malogrado forcado Pedro Primo foi atingido pelo corno no peito, salvo erro, já na última tentativa. Mas a verdade, custa-me dizer isso, mas é a realidade, é que o grupo não esteve bem a ajudar. Ele, na primeira tentativa, tinha lá ficado. Não o conhecia, mas revelou-se ali um bom forcado, faltaram-lhe as ajudas. Não estou, Deus me livre, a culpar ninguém, mas a verdade é que existem grupos de forcados que não estão preparados para pegar, ou melhor dizendo, que estão menos preparados, menos rodados e estas coisas deveriam ser analisadas, estudadas".
E lamenta:
"Estes grupos que pegam pouco, deviam resguardar-se mais e participar apenas em novilhadas e não em corridas com toiros de 500 quilos para os quais, viu-se em Cuba, não se encontram preparados. Mas não é o momento para discutirmos isso. A hora é de pesar e de luto, é de tristeza e eu apenas quero prestar a minha homenagem à memória do forcado que morreu a pegar um toiro meu, infelizmente".
Fotos D.R,. Vitor Besugo, Ana Serra e Emílio de Jesus
