Excelente equitação, classe e classicismo: Francisco Correia Lopes |
Manuel Oliveira deu a volta a um novilho menos fácil de Mata-o Demo, evidenciando arte e valor em sortes de frente e em terrenos de compromisso |
Os novos do Aposento da Moita brilharam com duas pegas à primeira. Na foto, a primeira, por António Ramalho |
A segunda pega esteve a cargo de João Gomes, também executada à primeira |
Laureado por importantes triunfos em Espanha, João D'Alva (Escola de Vila Franca) confirmou ontem na Moita todas as suas grandes potencialidades |
Valentia, atitude e muito querer: Paula Santos foi profeta na sua terra |
Luis Silva, da Escola da Moita, deixou bonitos apuntes nos três tércios |
Viu-se com agrado a novilhada de ontem na Moita, segundo espectáculo da Feira Taurina que esta noite prossegue com a tradicional corrida à portuguesa. Boa presença de público nos sectores de sombra a acarinhar os jovens toureiros em mais uma jornada do louvável ciclo de novilhadas das escolas de toureio.
A abrir a tarde actuaram os jovens cavaleiros Francisco Correia Lopes e Manuel Oliveira, enfrentando, respectivamente, novilhos de Pinto Barreiros e de Mata-o-Demo. Correia Lopes fez alarde do seu classicismo e da sua classe e Manuel Oliveira, ante um oponente mais complicado, deu a volta por cima com um toureio de risco e valor.
Nas duas pegas estiveram os mais novos do Grupo do Aposento da Moita, com sortes concretizadas ao primeiro intento por António Ramalho e João Gomes, bem ajudados pelos companheiros, a assegurar o futuro auspicioso do famoso grupo fundado há quatro décadas por José Manuel Pires da Costa e que segue sendo um dos da linha da frente.
Nas lides a pé estiveram João D'Alva, da Escola de Vila Franca e Paula Santos e Luis Silva, ambos da Escola da Moita, tendo os três proporcionado bons momentos de toureio e, sobretudo, muita atitude e querer, evidenciando sede de triunfo.
João D'Alva é, dos três, o mais placeado e chegava à Moita laureado por notáveis triunfos em Espanha, o que lhe tem dado uma rodagem importante. Frente a um bom novilho de Falé Filipe, esteve toureiro com o capote, empolgou com as bandarilhas e desenhou uma bonita e artística faena de muleta, recheada de bonitos detalhes e bom gosto.
Paula Santos, a destemida toureira moitense, actuou em segundo lugar frente ao sobrero de Mata-o-Demo (que substituiu o de Paulo Caetano), que foi complicado, mas a que a jovem novilheira impôs a sua raça e a sua valentia, galvanizando o público. Recebeu-o de joelhos à porta dos sustos, esteve elegante com o capote e com a muleta demonstrou oficío, entrega e arte numa faena premiada com música.
Por fim, actuou Luis Silva, também com um novilho de boa nota da ganadaria Mata-o-Demo, com uma actuação que deixa antever igualmente um futuro auspicioso. Esteve bem com o capote, bandarilhou com poderio e na muleta deixou "recados" aos aficionados: vai ser toureiro.
Em suma, uma boa tarde de toiros, novilhos neste caso, a confirmar que a Festa tem futuro tanto no que respeita aos cavaleiros, como aos forcados e às próximas estrelas do toureio a pé.
A novilhada foi bem dirigida por Pedro Reinhardt, que esteve assessorado pelo médico veterinário Dr. Hugo Rosa.
Fotos Maria Mil-Homens