sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Corrida TVI: quem é rei jamais perde a majestade! Olé, olé, João Moura!

João Moura esteve megistral, marcou a diferença e empolgou toda a praça
na lide do quarto toiro da noite. Rei eterno!
Rui Salvador celebrou condignamente o aniversário da sua carreira
Solidez, atitude, sempre triunfador. Duas lides empolgantes de Luis Rouxinol
Rui Salvador foi homenageado pela empresa do Campo Pequeno (Drª Paula
Resende e Rui Bento) pelos 35 anos de alternativa. Em baixo, a pega monumental
de Lourenço Palha, dos Amadores das Caldas, ao último toiro da corrida


Quem é rei jamais perde a majestade e João Moura confirmou-o ontem no Campo Pequeno com uma lide magistral ao quarto toiro da noite - que todo o país viu pela TVI, que transmitiu a corrida (em diferido).
Eram para homens de barba rija, duros, complicados, exigentes, os toiros de Veiga Teixeira, de que apenas destoou o quinto, que se deitou na arena quando era citado pelo forcado e teve ao longo da lide de Rui Salvador investidas tardias e pouco claras. Mau para a Festa, bom para ser aproveitado pelos anti-taurinos, a cena do toiro "a descansar" junto às tábuas e depois parado sem arrancar para a pega... São coisas destas - e não outras - que prejudicam a Festa.
Rui Salvador, que celebrava os seus 35 anos de alternativa, foi autor de duas lides apenas regulares. Não deu volta (autorizada) no seu primeiro toiro. Deu-a no segundo e foi aplaudido por respeito a uma trajectória muito digna e triunfal.
Luis Rouxinol, com a solidez e a aitude que o acompanham sempre, rubricou duas lides verdadeiramente apoteóticas e no conjunto das duas actuações ninguém mente se disser que foi o grande triunfador da noite.
Moura, que no primeiro toiro esteve correcto, mas sem explodir, entrou para lidar o segundo com as ganas e a raça de um miúdo, esperando o oponente com uma sorte de gaiola que virou a praça do avesso. Depois, abriu o livro e marcou, como marca sempre, a diferença. Podem passar mais quarenta anos que não vai aparecer nunca outro Toureiro assim.
Aos valentes forcados dos grupos de Tomar, de São Manços e das Caldas da Rainha, os Veiga Teixeira serviram ontem aquilo a que normalmente se chama uma "sopa de corno".
Apesar de em termos de grupo não terem estado bem, os Amadores das Caldas foram os grandes protagonistas no que às pegas diz respeito, apenas e só por obra e graça dos forcados da cara: uma pega heróica do cabo Francisco Mascarenhas ao terceiro toiro da noite, à quarta, quase sempre sózinho e sem ajudas. Foi retirado da cara do toiro em braços e levado para a enfermaria, seguindo depois para o hospital. Sofreu, segundo informação de um elemento do grupo, fractura exposta da tíbia.
Lourenço Palha fez depois ao último toiro outro pegão de bradar aos céus, aguentando uma barbaridade de derrotes com ajudas quase nulas dos restantes forcados. Pegou por si e graças a si, fez a pega da noite e deu duas voltas à arena. Podia ter dado dez ou mais, que as merecia. Forcado gigante!
Pelos Amadores de Tomar pegaram Ricardo Silva à segunda e Luis Campino à primeira, estando o grupo bem nas ajudas. Pelos de São Manços foram caras Pedro Fonseca, que recolheu à enfermaria depois de duas tentativas e foi dobrado por Jorge Valadas, que concretizou à quarta; e o cabo João Fortunato, que pegou à segunda o tal quinto toiro que não investia.
Ao início da corrida, Rui Salvador foi homenageado pela empresa do Campo Pequeno pelo aniversário da sua alternativa e toda a praça o aplaudiu - justa e merecidamente.
João Cantinho esteve correcto e rigoroso na direcção da corrida. A praça registou uma enchente de três quartos.

Ao longo do dia, não perca a detalhada análise de Miguel Alvarenga e todas as fotos de Maria João Mil-Homens.

Fotos Frederico Henriques/@Campo Pequeno