Os aficionados preferiram que eu continue aqui a dirigir o "Farpas" do que vá para o Parlamento defender a Tauromaquia. O PPM teve em Lisboa 1.958 votos. Avizinham-se tempos difíceis para a Festa Brava. E o PAN foi, doa a quem doer, um dos grandes vencedores destas eleições
Miguel Alvarenga - Fui à luta e não ganhei. Aceito e respeito, nem podia ser de outra forma, as opções do eleitorado. Hei-de voltar.
Metade do país não votou, o que significa que os portugueses se estão nas tintas para esta partidocracia que nos (des)governa desde a "abrilada" de 74. A abstenção foi, clara e inequivocamente a grande vencedora das legislativas.
O PS ganhou sem maioria, vamos ter nova "geringonça". O PSD surpreendeu com mais votos do que se esperava e há três semanas lhe davam as sondagens. O PCP e o CDS foram definitivamente pelo cano abaixo. A eleição de André Ventura em Lisboa representa uma clara vitória do Chega. E doa a quem doer (e a mim dói), o PAN foi um dos grandes vencedores destas eleições - passou de um para quatro deputados.
O PPM teve em Lisboa 1.958 votos (0.18%). Agradeço aos que votaram, mas colho a lição de que os aficionados continuam a preferir que eu esteja aqui a dirigir o "Farpas" do que vá para o Parlamento defender a Festa Brava.
Na generalidade, os candidatos (por diversos partidos) que eram claros defensores da Tauromaquia ficaram muito aquém do que se esperava - e se exigia. Paulo Pessoa de Carvalho conseguiu em Évora 2.535 votos para o CDS; Pedro Pinto (Chega) teve em Beja 1.313 votos; Pedrito de Portugal (Aliança) teve 1.698 votos em Santarém e Luis Miguel Pombeiro (PPM), no mesmo círculo eleitoral, não ultrapassou pouco mais de 400 votos.
Decididamente - e, se calhar, tragicamente - vêm aí tempos difíceis para a Tauromaquia. Mas foi o eleitorado que assim o quis. Continuo na minha, El-Rei D. Carlos tinha toda a razão quando disse um dia que "esta canalha é ingovernável".
Agora, aguentem-se...
Foto Maria Mil-Homens