Fonte oficial da Casa Pia de Lisboa adiantou ontem ao site touroeouro.com que o contrato de exploração do Campo Pequeno actualmente em vigor e que é válido até ao ano de 2096 "prevê, entre outros, a realização de espectáculos tauromáquicos" - o que deita por terra as informações, erróneas pelos vistos, de que a nova empresa Plateia Colossal de Álvaro Covões (que comprou a assumiu a adjudicação da praça, propriedade da Casa Pia) não estava já obrigada a realizar touradas.
Esta informação da Casa Pia desmente também que a instituição tenha assumido a "desobrigação" de usar o espaço como praça de toiros, função para que foi edificado há 128 anos.
A praça está situada em terrenos pertencentes à Câmara de Lisboa, que os cedeu em 1892 à Casa Pia com a condição expressa de ali efectuar corridas de toiros. No ano passado, o actual presidente da autarquia Fernando Medina terá enviado um ofício à Casa Pia pondo um ponto final nessa cláusula centenária desse contrato vitalício, tendo havido quem defendesse que essa decisão do edil socialista "não tinha validade". E pelos vistos não terá sido levada em conta pela Casa Pia, que ontem confirmou ao referido site que o número de espectáculos taurinos obrigatório continua a ser de 20, muito embora nos últimos anos isso não tenha acontecido, ao que se diz, por um "entendimento não contratual" entre as partes e devido ao processo de insolvência e à necessidade de revitalização da empresa.
Neste momento e como aqui noticiámos, a venda da concessão do Campo Pequeno ao empresário do mundo musical Álvaro Covões encontra-se suspensa e à espera da resolução do Tribunal do Comércio de Lisboa em resultado da providência cautelar interposta pelo anterior administrador da empresa João Borges.
Todo este processo judicial pode arrastar-se por mais algum tempo e pode ter como consequência grandes atrasos ou mesmo a não realização da próxima temporada tauromáquica, que se deveria iniciar em Abril.
Foto D.R.
