quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

"Temos que respeitar em praça o passado de João Moura", defende organizador do festival solidário em que o cavaleiro vai actuar em Beja

"Temos que respeitar na praça o passado de João Moura", defende o empresário
Ferreira Paulo, organizador do festival solidário que a 14 de Março se realiza
na praça de Beja e onde o cavaleiro (foto de cima) é cabeça de cartaz


Ferreira Paulo, o organizador de festival taurino a 14 de Março em Beja, de angariação de fundos para instituições que apoiam crianças com paralisia cerebral e cancro, recusa-se a retirar o cavaleiro João Moura do cartaz, apesar do caso dos galgos

Para 14 de Março está agendado um festival taurino de beneficência, na praça de touros de Beja, de angariação de fundos para o Centro de Paralisia Cerebral daquela cidade e para a Acreditar-Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro.
Desde a primeira hora, o cavaleiro tauromáquico João Moura lidera o cartaz e assim vai continuar, se depender da vontade do organizador, José Ferreira Paulo - informa hoje a revista "Visão", como, aliás, já o próprio empresário o afirmara há dias em declarações ao "Farpas".
Apesar do caso dos galgos subnutridos apreendidos pelo Ministério Público na quinta do cavaleiro, em Monforte, e da sua constituição como arguido, indiciado por maus-tratos a animais de companhia, Ferreira Paulo diz, à "Visão": “Nunca me passaria pela cabeça retirá-lo do cartel nem substituir-me aos tribunais, julgando-o na praça pública”.
O organizador vai mais longe – apela a que os aficionados compareçam em massa e, a acrescer ao “slogan” do festival, “Acreditar na Vida, Esgotar Beja”, manifestem “apoio à festa e ao grande génio que é João Moura”.
Em declarações à revista "Visão", que na sua edição de amanhã dá destaque a este caso, Ferreira Paulo defende que os aficionados devem “respeitar na praça o passado do João Moura e mostrar uma vez mais o nosso lado solidário, tal como ele fez dezenas de vezes, tendo até toureado em Lisboa de forma graciosa uma corrida de seis touros para a Acreditar”. A memória, acrescenta, “não deve ser curta”.
O organizador do festival afirma que João Moura “terá que responder em local próprio pelos indícios que lhe são imputados”. Que, “a serem verdade”, diz, “repudio totalmente e pessoalmente chocam-me”.
Mas conclui: “Nunca nos devemos esquecer de que existe o direito à presunção de inocência”.

Fotos D.R. e Emílio de Jesus/Arquivo