quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Caso Campo Pequeno chega ao Tribunal de Justiça da União Europeia

João Borges avançou com um providência cautelar no Tribunal do Comércio
que suspendeu a venda do Campo Pequeno a Álvaro Covões e deixou tudo por
agora em águas de bacalhau...
Henrique Borges entrevistado durante uma Corrida RTP no Campo Pequeno
A Família Borges foi a grande responsável pela obra monumental de remodelação
do Campo Pequeno verificada entre 2000 e 2006... e depois "tiraram-lhes a
praça"


Os irmãos João e Henrique Borges, filhos do antigo administrador da Sociedade Campo Pequeno, Dr. Henrique Borges, falecido em Dezembro e que foi o grande impulsionador da obra monumental de remodelação da praça de toiros lisboeta, prometem ir até ao fim na sua luta contra o processo de insolvência e já avançaram para o Tribunal de Justiça da União Europeia

Miguel Alvarenga - Para lá dos vários processos instaurados na Justiça portuguesa, o último dos quais uma providência cautelar interposta no passado dia 5 no Tribunal de Comércio de Lisboa, que suspendeu a venda do Campo Pequeno a Álvaro Covões, os empreasários João e Henrique Borges avançaram também com acções no Tribunal de Justiça da União Europeia reclamando que a sua empresa terá direito a uma indemnização pelo reembolso das obras efectuadas entre 2000 e 2006 na praça de toiros de Lisboa, defendendo que "não existe qualquer razão para a Casa Pia de Lisboa receber um património superior a 90 milhões de euros, sem pagar qualquer contraprestação" e acusando a própria Casa Pia, tutelada pelo Estado, de "ter enriquecido à custa da Sociedade de Renovação Urbana do Campo Pequeno, SRUCP, SA, sem qualquer causa justificativa e à custa do empobrecimento desta".
Desde a reinauguração da praça, em 2006 e até à saída da Família Borges, em 2014, quando foi decretada a insolvência, a empresa registara um lucro de 2 milhões e 168 mil euros, acrescidos de 1 milhão e meio respeitante ao "pagamento de piso" (aluguer do espaço) por parte da Sociedade Campo Pequeno à própria SRUCP, o que totaliza 3 milhões e meio de euros - o que não deixa dúvidas a ninguém de que o espectáculo tauromáquico "é rentável e lucrativo".
João e Henrique Borges, ambos advogados, são filhos do antigo administrador da sociedade que geriu o Campo Pequeno até 2014, Dr. Henrique Borges, falecido em Dezembro passado e que foi o grande impulsionador da obra monumental de remodelação da praça.
Desde a insolvência que desenvolvem uma intensa batalha nos Tribunais, com acusações ao BCP, ao seu ex-sócio Góis Ferreira e a Armando Vara (preso em Évora), acusando-os de "irregularidades em todo o processo que levou à insolvência". E agora mais que nunca, em nome do Pai, prometem ir "até ao fim". E já chegaram ao Tribunal Europeu.

Fotos Emílio de Jesus/Arquivo, D.R. e Guilherme Alvarenga