Pedro Caixinha em Dezembro de 2018 com os companheiros dos Forcados Amadores de Montemor quando estes pegaram na Monumental do México |
No ano passado na praça de Évora assistindo a uma corrida com Manuel Couto, seu companheiro dos tempos de forcados no Grupo de Montemor |
No México com José Franco "Grenho, Juan Andrés e Pablo Hermoso de Mendoza |
Pedro Caixinha, durante 12 anos (1990 a 2002) forcado do Grupo de Montemor, hoje afamado treinador de futebol, fala (também) de toiros e de pegas numa entrevista ao site "Tribuna Expresso"
"Sou e serei para sempre um aficionado do grupo de Montemor", diz Pedro Caixinha à jornalista Alexandra Simões de Abreu na entrevista ao novo suplemento de desporto do semanário "Expresso", "Tribuna", na sua edição online.
O antigo forcado explica de onde lhe veio a paixão por pegar toiros:
"Vem do meu pai que foi um forcado de referência nos anos 70, 80. Lembro-me que, quando tinha cinco anos, colocou-me na frente para pegar a primeira vaca".
Questionado sobre se teve medo, responde:
"Não, penso que naquela altura não há tempo para ter esse tipo de sentimento. Somos tão novos que o medo é algo que não faz parte do nosso vocabulário. Então tive uma primeira experiência aos cinco, aos sete, aos nove e depois um interregno até aos 17, altura em que tentei experimentar. 'Será que consigo sozinho fazê-lo?' Porque nas outras alturas estava sempre com o meu pai atrás. Numa dessas garraiadas, numa terra ao pé de Beja, em Beringel, peguei duas ou três vacas e gostei".
O que é que o fascina na pega? - pergunta a jornalista.
"A arte, ou seja, o domínio e o controle emocional que senti quando fui forcado. Ainda em relação ao medo, penso que há uma fase de inconsciência, no início, onde nós não conhecemos nem dominamos a arte, não conhecemos o touro, não conhecemos o oponente que temos na frente. Vamos mais por curiosidade e por aquilo que é o grupo de amigos que temos e também a vontade de sobressair e de nos confrontarmos com aquilo que somos, de conhecer os nossos limites. Depois há uma fase em que vamos dominando os tempos, vamos conhecendo o animal e é uma fase limite ou top em relação àquilo que é a execução dessa tarefa. A seguir há um declínio, uma fase decrescente onde existe um conhecimento profundo, mas em que há um acompanhamento de uma vida profissional e familiar, onde olhamos para aquilo com um maior receio. Não só o receio daquilo que pode resultar dali para connosco, mas também para aquilo que é a nossa profissão e as responsabilidades familiares que temos".
Leia a entrevista completa em tribunaexpresso.pt
Fotos Emílio Méndez, M. Alvarenga, Luis Azevedo/Estúdio Z e D.R.