terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Processo Campo Pequeno: escritura não consta dos autos





O "Farpas" teve acesso ao processo de insolvência e pode assegurar que pelo menos até à manhã de hoje não constava no mesmo nenhuma escritura de venda do Campo Pequeno, apenas um contrato de promessa de compra e venda válido até ao próximo dia 30 de Abril



Exclusivo "Farpas" - O "Farpas" teve acesso, por via de uma fonte ligada ao processo e com procuração nos autos, ao Processo de Insolvência da SRUCP, SA, que decorre no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa, Juízo de Comércio-Juiz 5 com o nº 541/13.OTYLSB - caso referente ao Campo Pequeno - e está em condições de adiantar que, pelo menos até às 09h30 de hoje não constava do mesmo a escritura de venda ao empresário Álvaro Covões que, segundo notícias divulgadas por diversos meios de comunicação social, terá sido celebrada no passado dia 7.
Segundo o grupo de advogados que nos apoia nesta informação aos nossos leitores, a escritura, a ter existido, "já deveria estar apensa ao processo e não estava pelo menos até à manhã de hoje", podendo tratar-se de atrasos burocráticos. Ou não.
O que, sim, está no processo, é o contrato de promessa de compra e venda, celebrado a 31 de Outubro do ano passado e que tem validade até 30 de Abril de 2020 e também, como anexo, uma minuta da (futura ou já celebrada, mas que não consta do processo) escritura pública de compra e venda e documento complementar - documentos que estamos a analisar detalhadamente com a ajuda dos nossos advogados, mas que podemos desde já avançar que são "altamente preocupantes" quanto ao futuro da primeira praça do país, já que em nenhuma cláusula está salvaguardada a tauromaquia ou mesmo, ao contrário do que se disse nos últimos dias, a obrigatoridade do comprador de dar corridas de toiros.
Tudo se conjuga, como se pode constatar da análise destes documentos, para que, na realidade, exista aqui uma intenção, clara e evidente, de acabar de vez com as touradas em Lisboa. Pelo que continua a ser alarmante a passividade com que os agentes do mundo tauromáquico estão a lidar, de braços cruzados, com todo este problema. Gravíssimo.
Os documentos são públicos e por não se tratar de um processo-crime, não estão em segredo de justiça - pelo que não estamos a violar nada. Estamos única e exclusivamente a informar - com o único objectivo de cumprir a nossa missão jornalística. Com rigor e, acima de tudo, com independência.
Que fique bem claro que não estamos contra, nem a favor, de nenhum dos envolvidos neste processo. Estamos, porque somos jornalistas e temos que estar, a trabalhar única e exclusivamente em prol da Tauromaquia e, neste caso particular, em prol do futuro da primeira praça de toiros do país - que se apresenta cada vez menos claro e mais nublado.
O público tem todo o direito de saber o que se passa com a primeira praça de toiros do país - e nós vamos informá-lo. Haverá mais desenvolvimentos nos próximos dias.

Fotos D.R.