sábado, 19 de setembro de 2020

Joaquim Grave recorda: um ano da cornada de Marismero

O ganadero Joaquim Grave recorda hoje na página da sua ganadaria Murteira Grave do Facebook a cornada que o toiro Marismero (que viria a ser indultado este ano no Campo Pequeno) lhe infringiu há exactamente um ano na Herdade da Galeana

A tauromaquia não tem que excluir a tauromagia! Há profissões que se podem exercer com vocação, mas também sem ela. Podem dizer que a vocação de ser toureiro ou ganadero é de certa maneira uma loucura. 

Uma loucura pelo que significa pôr a vida em constante perigo (os toureiros), e uma loucura porque quem a sente, sente que fica louco por ser toureiro ou ganadero. 

Faz hoje um ano que um toiro, Marismero, me deu uma cornada grave. Hoje, debate-se ele pela vida! Os espanhóis tem um ditado curioso que no meu caso, se aplica à letra: “Bendito el toro que me corneó y del corral me sacó!”. A moral desta frase é que, por vezes a vida nos faz passar por momentos difícieis mas, que por isso mesmo, nos trazem outros mais felizes. E é verdade, a cornada e tudo o que implicou, a história que se seguiu, fez-me crescer como homem e como ganadero. Todas as coisas têm o seu mistério e a poesia é o mistério que há em todas as coisas.


Por tudo isso amigos, prefiro a Tauromagia do que a Tauromaquia.


Galeana, 19 de Setembro de 2020

Joaquim Grave


Fotos D.R. e Florindo Piteira