(Re)pensar Novilheiros... (IV)
Foram já três os textos que aqui escrevi sobre este tema, nas últimas sextas-feiras, sendo que hoje assino o quarto e penúltimo artigo, que visa alguns esclarecimentos que me parecem oportunos.
As Escolas de Toureio são louváveis instituições que, oficialmente apoiadas ou não, são procuradas por jovens que, na quase totalidade, sonham ser, mais tarde, “matadores de toiros", e assim reconhecidos em todo o mundo taurino!
Tais jovens, eles e elas, aprendem toureio de salão e um conjunto de técnicas, além da História do Toureio e da Tauromaquia em todas as suas vertentes. Aulas teóricas e, aos poucos, aulas práticas diante de bezerras, isto já em gentil colaboração de ganadeiros.
Entretanto, os mais adiantados começam a ser integrados em cartéis de Variedades Taurinas e, a seguir, em Novilhadas Populares. Há que dizer que são dois tipos de espectáculos importantes, em que os promotores ora gastam ora perdem, sendo que em ambos os casos deveriam ser tidos como "investidores na Arte, na Formação de Jovens e da Cultura". Mais tarde, diversos retornos terão (ou não...)!
Os Novilheiros Praticantes, enquanto alunos das Escolas, vão sendo incluídos nos Bolsins interescolas, também com intercâmbios internacionais, algumas vezes de forma oficial em Novilhadas Populares. Quando estão preparados, vem o escalão seguinte, subindo a Novilheiros, em Portugal...
Sim, em Portugal! Em Espanha e França, são "Novilheiros sem Picadores". Então, têm de somar um total de 25 novilhadas sem picadores, para subirem ao escalão seguinte. Até esse passo, ainda com o apoio umbilical da sua Escola de Toureio, sempre associada a Portugal. A partir daí acaba o apoio da Escola e o/a jovem aluno/a tem ainda mais difícil caminho: para subir ao escalão seguinte, tem de debutar com picadores! E só com mais 25 destas novilhadas vai poder candidatar-se à alternativa, já em pleno mundo profissional...
Mas Portugal, comparando a Futebol, somos um país onde jogam juvenis e seniores... mas os juniores ficam sem nada!...
Há Novilhadas Populares, mas, regra geral, não há Novilhadas (propriamente ditas)...
Pensem todos (...) nisto, peço eu!
Até à próxima sexta-feira, se Deus quiser, com Saúde!
Fotos D.R./Fernando Clemente, Frederico Henriques e M. Alvarenga
* Maurício Vale escreve às sextas-feiras no "Farpas"
