Miguel Alvarenga - Começou a pegar toiros com apenas 13 anos de idade, perdeu a conta aos toiros que pegou. "Foram muitos os toiros que peguei, mas não sei quantos foram...", disse em Junho do ano passado ao "Farpas" num célebre almoço na Tertúlia de Pedro Gonçalves. Foi uma das grandes referências da forcadagem nacional e um forcado emblemático dos grupos de Amadores da Tertúlia Tauromáquica do Montijo e posteriormente dos Amadores do Montijo, tendo feito história também nos Amadores Lusitanos, integrando o grupo então chefiado por Fernando Hilário na corrida da sua estreia em 1979 na Venezuela e depois no México.
José Luis da Costa Horta, o carismático e inesquecível "Maxinó", tinha 76 anos e morreu hoje no Hospital do Barreiro, onde estava internado desde a passada segunda-feira com graves problemas respiratórios e cardíacos de que padecia há alguns anos.
Fardou-se pela última vez de forcado, já estando há vários anos retirado das arenas, na Monumental do Montijo em 29 de Junho de 2014, na corrida comemorativa do 50º aniversário do seu grupo de Amadores do Montijo. Em Novembro de 2019 foi pela última vez homenageado, juntamente com o cavaleiro Rui Salvador, no Jantar de Gala dos Forcados da Tertúlia Tauromáquica do Montijo.
Além de uma lenda da forcadagem, "Maxinó" foi um patriota e um português de gema. Nos anos difíceis que se seguiram à revolução, protagonizou histórias ainda hoje lembradas na luta contra o comunismo e aqueles que nos queriam impôr uma nova ditadura.
Era um homem simples, de poucas falas, com um coração de gigante. Pescador nos últimos anos de vida. Amigo de seu amigo. Intérprete, como poucos, da nobre e tão portuguesa arte de pegar toiros. Uma daquelas personagens emblemáticas do Montijo - e que não se esquecem mais.
Sofreu pela trágica morte do filho novo, que também era forcado e perdeu a vida num desastre de viação quando regressava de um treino dos Amadores do Montijo. Era casado e tinha outro filho. A sua Mulher e filho, bem como a toda a Família enlutada e aos grupos de forcados Amadores da Tertúlia do Montijo e Amadores do Montijo, bem como a todos os companheiros que com ele ombrearam nos Amadores Lusitanos, endereçamos as mais sentidas condolências. Também perdemos um bom Amigo - que jamais vamos esquecer.
Que em paz descanse.
Fotos M. Alvarenga e Emílio de Jesus/Arquivo
A última vez que se fardou de forcado, a 29 de Junho de 2014, na Monumental do Montijo, na corrida comemorativa do 50º aniversário do seu grupo de Amadores do Montijo |
Com Francisco Costa, seu amigo e companheiro nos grupos de forcados do Montijo e Lusitanos |
Em Junho do ano passado na Tertúlia de Pedro Gonçalves, com o anfitrião e os também históricos forcados João Lira e Francisco Costa |
"Maxinó" com Miguel Alvarenga em Junho do ano passado na Tertúlia de Pedro Gonçalves - o nosso último encontro |