quarta-feira, 12 de maio de 2021

Luis Miguel Dominguín: toureiro-galã morreu há 25 anos

Tão famoso pelo seu histórico percurso nas arenas como pelos seus casos amorosos - chamavam-lhe o toureiro-galã -, Luis Miguel Dominguín morreu há 25 anos (8 de Maio de 1996) com 69 anos, vítima de ataque cardíaco na sua quinta em San Roque, Cádiz.

Filho de Domingo González Mateos (Domingo Dominguín) e irmão de Domingo e Pepe, todos matadores de toiros, herdou do pai o apodo Dominguín (o seu verdadeiro nome era Luis Miguel González Lucas) e foi, de todos, aquele que maior projecção teve nas arenas.

Toureiro famoso nas décadas de 40 e 50, foi em Portugal, na praça do Campo Pequeno, que se apresentou pela primeira vez em público com apenas 12 anos de idade. Com 14, fez campanha na Colômbia e tomou a primeira alternativa em Bogotá a 23 de Novembro de 1941.

A alternativa oficial viria contudo a recebê-la em Espanha, em La Coruña, com 18 anos, a 2 de Agosto de 1944, apadrinhado por Domingo go Ortega com o testemunho de Domingo Dominguín, seu irmão, frente a toiros de Samuel Hermanos. Confirmou depois a alternativa em Las Ventas, Madrid, a 14 de Junho de 1945, sendo "Manolete" o padrinho e Pepe Luis Vásquez a testemunha, ante toiros da ganadaria de António Pérez.

Rival de "Manolete" nos primeiros anos da sua carreira, foi companheiro de cartel do célebre matador de Córdoba na tarde em que este foi mortalmente colhido em Linares, a 28 de Agosto de 1947.

Nos anos seguintes passou a rivalizar com António Ordoñez (casado com a sua irmã Carmina), tendo ambos servido de inspiração a Ernest Hemingway para escrever o seu famoso livro "Verão Sangrento", parcialmente publicado inicialmente na revista "Life" em 1960.

Encabeçou o escalafón espanhol em 1948 com 100 corridas e quase repetiu o feito em 1951 com 98. Saíu inúmeras vezes em ombros pela porta grande da Monumental de Madrid e ainda hoje é referenciado como um dos mais célebres toureiros do último século.

As suas relações amorosas foram tema em destaque na imprensa da época, a par dos seus muitos triunfos nas arenas. Apontam-se-lhe relacionamentos com várias actrizes de Hollywood, entre as quais Maria Felix, Ava Gardner, Lana Turner, Rita Hayworth, Lauren Bacall e Roma Schneider. Em 1955 casou com a actriz italiana Lucia Bosé, de quem teve três filhos: o cantor Miguel Bosé, Lucia e a também actriz e hoje designer de moda Paola Dominguín.

Privou com o Generalíssimo Franco e foi amigo íntimo do pintor Pablo Picasso, chegando a ser autor do prefácio do seu livro "Toros e Toreros", publicado pela primeira vez em França no ano de 1961.

Luis Miguel Dominguín retirou-se do toureio em 1961, regressou dez anos depois e em 1973 despediu-se definitivamente das arenas.

Fotos Botan/ABC e D.R.


Rival de "Manolete", Dominguín foi um dos toureiros mais
célebres do século passado
De Vespa em Roma com a sua mulher Lucia Bosé
Na praça francesa de Arles com Pablo Picasso