quinta-feira, 11 de novembro de 2021

Na "nova" Golegã ainda há resistentes da "antiga" Feira do Cavalo...

Prof. Gorjão Clara - ainda e sempre um dos últimos
resistentes e um ícone da "velha" Feira da Golegã

O "Farpas" andou ontem à solta pela Feira da Golegã, a primeira que se realiza depois da pandemia e, quem sabe, antes de mais uma vaga que os especialistas dizem estar mesmo a chegar...

Miguel Alvarenga - Há castanhas assadas e ainda há cavalos. E ontem até houve sol e algum calorzinho, para quem esperava frio. À típica Feira da Golegã dos dias de hoje só falta a classe e o glamour dos Senhores de ontem. Está tudo tão diferente. Mas continua a ser um lugar giro para se passar um belo dia - diferente. Mais que um, para mim, já é uma eternidade... Tive ontem a minha dose goleganense. Foi bom, mas chegou... até para o ano!

Lembro-me, em miúdo, de ir com o meu Pai à Golegã e ver a cavalo na Manga, bem trajados, só havia cavaleiros e amazonas bem trajados, figuras que eram os nossos ídolos das arenas. Manuel dos Santos, Manuel Conde, David Ribeiro Telles, José Lupi, Luis Miguel da Veiga, o Senhor João Núncio, Frederico CunhaEmídio Pinto, o nosso "Tomix", Sommer D'Andrade, o nosso Chibanga e tantos mais.

Mas isso são estórias de outras eras e das toiradas reais... e lembrá-las cheira a saudosismo e depois ainda me chamam velho...

O espírito antigo da Feira da Golegã ainda por lá anda. Mas com nova roupagem. Bares nocturnos, discotecas, dj's a pôr música, rapaziada a beber e a bailar. Uma nova Feira que às vezes mais parece a Av. 24 de Julho ou o Bairro Alto de outros tempos. E mais uma feira de vaidades e de bebedeiras do que propriamente a antiga festa dos Senhores do campo, dos homens dos cavalos e dos toiros. São os novos tempos. Mas o importante é que continue a haver Feira Nacional do Cavalo na Golegã. Valha-nos isso!

Ontem estava quase "à cunha", mas ainda sem o ambiente que certamente terá hoje, dia de São Martinho. As baias vazias, sem cavalos. As casetas das principais coudelarias de portas fechadas, só uma ou outra aberta. E quase nada de toureiros. Vi a cavalo na Manga o Campeão Gilberto Filipe. E mais nenhum.

Bem trajados, a lembrar a antiga Golegã, vi na Manga o Prof. Gorjão Clara, o Guilherme ("Ribeiro Telles") do Sobral, algumas amazonas trajadas à portuguesa e a rigor, a ilustre Família Veiga, o meu velho companheiro de liceu João Veiga Maltez e poucos mais.

Fotografei a torto e a direito, apanhei poucas caras conhecidas e deixo-vos a seguir alguns momentos da Feira e dos cavalos na Manga no emblemático Largo do Arneiro.

A Feira da Golegã está viva e recomenda-se! Diferente desses tempos-outros, com novo espírito e nova roupagem. Mas ainda há alguns resistentes do tempo antigo. E depois há o "Coparias" do António Batalha e do Inácio Ramos Júnior, há mais de vinte anos a animar a nova Golegã - onde todos acabam a noite em beleza.

Momentos de um dia bem passado.

Fotos M. Alvarenga

A presença ilustre na Manga da Família Veiga - a lembrar
outros tempos e outros espíritos...

Guilherme do Sobral - outro resistente da antiga Golegã
O Campeão Mundial de Equitação do Trabalho, que este
ano se sagrou também Campeão das Arenas: Gilberto Filipe
Uma bela Sopa da Pedra...
... e Patanistas de Bacalhau com Arroz de Feijão...
... num fantástico almoço no Restaurante "Rédea Curta"!
E depois, a "nossa equipa" a ver os cavalos passar...
O busto do eterno Chibanga, junto ao
Café Central, oferecido à Golegã pelo
Maestro Morante de la Puebla
Figura da Golegã e do Mundo: o grande
e inesquecível Manuel dos Santos
Figuras da Tauromaquia imortalizadas em muitas fotos no
emblemático Café Central
Ulrich Hammel (à direita), cavaleiro do Canadá que está de
volta a Portugal e no próximo ano se apresentará nas arenas.
Com Jorge D'Almeida, seu mestre na Academia de Toureio 
a Cavalo de Almeirim
Dois "velhos" e bons Amigos dos tempos do Colégio
Valsassina: Chinita Palha e Nuno Mira
O matador de toiros Luis Vital "Procura" e Inácio Ramos Jr.
no "Coparias", o templo sagrado das noites da Golegã
No "Coparias": Alberto Barreiros e amigas
Inevitável e obrigatório: as noites da Golegã
terminam sempre no "Coparias"!
Foto Alberto Barreiros