Leonardo Mathias, cabo do grupo de forcados Amadores do Aposento da Moita, fala sobre o regresso à normalidade e sobre a actuação do seu grupo no Dia da Tauromaquia, já este sábado, na Moita.
- Esta parece ser a temporada do regresso à normalidade. Tem um significado especial o arranque desta temporada depois de dois anos de pandemia?
- Esperemos que sim, que seja um definitivo regresso à normalidade. Foram duas temporadas muito atípicas, muito diferentes do que estávamos habituados, onde tivemos que nos adequar a todas as mudanças em prol da figura do forcado amador e da tauromaquia. Normalmente o grupo inicia a temporada em Abril ou Maio, e este ano não podemos estar mais satisfeitos por abrir a temporada em Fevereiro na nossa praça, na nossa terra e com olhos postos já para a corrida de Santarém no dia 19 de Março.
- Como se define o sentimento de actuar num dia em que se celebra a tauromaquia e a liberdade cultural em casa, na Moita?
- O sentimento de celebrar e comemorar o Dia da Tauromaquia na nossa terra é algo grande, pois para além do peso de responsabilidade que temos de receber todos os agentes da tauromaquia e aficionados na vila da Moita, é um dia único de defesa, exaltação e de união em torno da tauromaquia. É importante ser passada a todos os presentes aficionados a mensagem de que a cultura é livre de gostos, idades e géneros. Somos livres de apoiar a tauromaquia, é importante que defendamos a tauromaquia e os valores que nos foram passados pelos nossos familiares.
- Quais os objetivos e expectativas que o grupo tem para esta temporada?
- O grupo está presente nas feiras mais importantes do país o que traz uma responsabilidade acrescida a todos os elementos e uma motivação grande para a temporada. Aguardamos ainda a data do Campo Pequeno para que seja a temporada completa que todos desejamos. Temos ainda uma geração nova com muita “fome” de toiros e vontade de marcar o seu lugar no grupo e no mundo dos forcados, por isso a expectativa para este ano também é que esta geração mais nova prove em praça que querem ser realmente forcados, elevar o nome do grupo e crescer com os valores do Aposento da Moita.
Em relação à actuação no festival Taurino do Dia da Tauromaquia, no próximo sábado, quais são as vossas expectativas?
As nossas expectativas são grandes com uma praça cheia de aficionados e de muitas famílias a apoiar a tauromaquia num festival com categoria e certamente com grande ambiente dentro da praça. Temos realizado uma boa preparação para a temporada 2022, o grupo está motivado e com vontade provar o seu valor dentro de praça e proporcionando aos aficionados bons momentos e bons sentimentos a viverem as pegas do Aposento da Moita.
- Porque é que as pessoas devem estar presentes no Dia da Tauromaquia?
- Como foi comentado antes, no sábado será o mais próximo dia do regresso à normalidade que temos tido nos últimos dois anos, mas só será um regresso à normalidade se as pessoas continuarem a apoiar a tauromaquia e saírem de casa para ir aos toiros. A pandemia deu um rombo grande nas finanças de todos os cavaleiros, matadores, bandarilheiros, ganadeiros e grupos de forcados, e, portanto, hoje a tauromaquia está mais frágil do que estava antes da pandemia. Por este motivo, se não começarmos a ir aos toiros agora, vai ser cada vez mais difícil recuperarmos o que tínhamos antes. Não nos podemos esquecer nunca que a tauromaquia é uma das tradições mais antigas de Portugal que deve ser altamente mantida e enriquecida. Cabe-nos a todos, no sábado, sair de casa e ir apoiar a tauromaquia à Moita. O momento é agora!
Foto Carolina Duarte/ProToiro