Meu Querido António.
É assim mesmo que te trato porque gosto muito de ti. Há muitos anos. Ainda vivemos, mais ou menos lado-a-lado, tu no Padre António Vieira, eu no Dona Leonor, aqueles tempos difíceis do PREC nos liceus - e tu lembras-te e às vezes falamos disso. E depois começaste a tourear, já por cá fazia história o teu irmão João, e passei a admirar-te, a respeitar-te e a cantar os teus triunfos nos jornais onde fui escrevendo.
Vivemos, todos, dias de angústia - que a Fé nunca deixou que fossem tão maus como eles, na realidade, foram - quando em Agosto do ano passado estiveste em coma e lutaste que nem um guerreiro pela vida, ganhando essa luta, como todos imaginámos - e rezámos tanto por ti! - que a irias ganhar.
Estive para te telefonar hoje. Mas achei que te deveria deixar sossegado - e concentrado no grande dia de amanhã. Preferi escrever-te aqui. E dizer-te, apenas isto, que amanhã lá estaremos todos em Santarém. Para te abraçar. Para te apoiar. Para te brindar com uma ovação que tem de ser estrondosa, que se oiça em todo o lado, mal tu entres na arena e recomeces o teu sonho. Voltes a tourear, a fazer o que gostas e o que tanta falta nos fez a todos nestes últimos meses.
Vim aqui desejar-te a maior sorte do mundo para a tarde de amanhã. Sabes que vais ter todos os aficionados a teu lado. Sabes que todos gostam de ti e te admiram muito. Pelo Toureiro que és. Pela referência e pelo símbolo que representas na Tauromaquia, no Toureio a Cavalo, nessa tão importante Dinastia de grandes cavaleiros.
Era só isto, António. Um grande abraço, imensa força, fizeste-nos tanta falta, é uma alegria ter-te de volta amanhã!
Força, Toureiro Grande!
Miguel Alvarenga
Foto M. Alvarenga