domingo, 17 de maio de 2020

Crise do sector tauromáquico em grande destaque na revista "Domingo"/"CM"



A revista "Domingo" do "Correio da Manhã" dá hoje grande destaque numa reportagem de quatro páginas aos prejuízos que a pandemia está a causar ao sector tauromáquico

Os toureiros queixavam-se de "andar esquecidos" e de não aparecerem, como outros artistas de outros sectores do mundo cultural, nos jornais, nas revistas e nas televisões e por isso mesmo formaram um movimento que reivindica, entre outras medidas importantes para a retoma da actividade, uma maior notoriedade a nível da imprensa generalista. 
E a realidade é que o movimento, liderado pelo famoso cavaleiro Rui Fernandes, já começou a dar frutos - hoje, a revista "Domingo" do jornal "Correio da Manhã" dedica quatro páginas da sua edição ao mundo tauromáquico, destacando os enormes prejuízos que esta crise da pandemia está a causar ao sector.
"Touradas paradas são sentença de morte" é o título da reportagem da jornalista Manuela Guerreiro, que recorda que "metade da temporada já foi ao ar" e que "os prejuízos rondam os 4,6 milhões e os gastos com a alimentação dos animais não param", frisando que "os profissionais querem regressar a 1 de Junho".
"Não estávamos preparados para uma coisa destas, tão repentina. Deixei de facturar, tenho de gerir as economias e arranjar maneira de continuar a pagar os ordenados", afirma Rui Fernandes em declarações à revista.
Outros protagonistas da reportagem são o presidente da Associação Nacional de Toureiros, o antigo cavaleiro Nuno Pardal, e os cavaleiros Gilberto Filipe (também campeão mundial de Equitação de Trabalho, além da sua actividade nas arenas) e João Ribeiro Telles, herdeiro de um apelido histórico no mundo da tauromaquia, precisamente também dois dos cavaleiros que integram o referido movimento que está a reivindicar novas e importantes medidas para o regresso das touradas "em grande".
João Palha Ribeiro Telles, cavaleiro retirado, fala à revista na sua qualidade de ganadeiro e diz que a situação que se está a viver "é terrível" e "o prejuízo ronda os 2.500 a 3.000 euros por animal".
Também o antigo matador de toiros Rui Bento, que nos últimos catorze anos geriu a praça de toiros do Campo Pequeno, falou ao "CM" das dificuldades que o sector, como os outros, está a viver: "Devemos aproveitar esta crise para uma reflexão profunda, para adaptar o espectáculo à sociedade em que vivemos".
E acrescenta:
"É hora de tentar que o Governo tenha em consideração uma actividade muito importante e que faz parte da cultura do nosso país - goste-se mais ou menos - e que é tutelada pelo Ministério da Cultura. É tempo de reinventar e apresentar um espectáculo mais ao encontro dos gostos da sociedade".

Fotos João Cortesão/"CM"