José V. Claro - O toiro de Mata-o-Demo (lidado por Paco Velásquez - na foto de cima) e o de Passanha (que foi toureado por Luis Rouxinol) venceram, respectivamente, os prémios de bravura e apresentação no Concurso de Ganadarias "de Domingo de Páscoa" que por chuva foi adiado para ontem em São Manços.
A praça registou uma fraca entrada de dois terços (fraca, em relação ao que costuma verificar-se quando a corrida se realiza no Domingo de Páscoa) e registaram-se também alguns casos menos felizes que motivaram protestos online.
O primeiro toiro de Paco Velásquez era o exemplar da ganadaria do Engº Jorge de Carvalho, foi o único aplaudido quando entrou em praça (uma verdadeira estampa de espectacular apresentação), mas inutilizou-se após três ferros e foi recolhido. Não foi pegado, o cavaleiro não acabou a lide e houve quem protestasse na rede Facebook pelo facto de ter visto apenas cinco toiros e meio quando tinha pago bilhete para ver seis...
No entanto, no Regulamento, nada obriga uma empresa promotora de corridas de toiros a substituir um toiro que já levara três ferros - por um sobrero. Inutilizou-se ao terceiro ferro, azar, paciência...
Outro protesto foi dos repórteres fotográficos e o site "Touro e Ouro" insurgiu-se mesmo contra o facto de a empresa não permitir fotógrafos na trincheira, mas autorizar a estarem entre tábuas os fotógrafos oficiais de alguns toureiros... Muito confusa - e a dar as últimas... - anda a nossa Festarola... Que pena!
Artisticamente, os melhores ferros da tarde foram de Francisco Palha - que, como às vezes acontece, intercalou o muito bom com o assim-assim; Rouxinol esteve ao seu melhor nível, bem; e Paco Velásquez, no único toiro que lidou do princípio ao fim, o quinto, de Mata-o-Demo, conseguiu a actuação que mais chegou ao público.
Rouxinol lidou os exemplares de Fernandes de Castro e de Branco Núncio; Palha toureou os de Pégoras e Passanha; e Velásquez pôs três ferros no de Jorge de Carvalho e brilhou depois na lide do de Mata-o-Demo.
Pegaram os forcados de São Manços (apenas duas pegas, mas de grande impacto e sucesso, por Manuel Trindade e Pedro Tavares, tendo-se despedido o forcado Luis Teles, que deu volta à arena com este segundo elemento) e Beja (Fernando Caixinha à primeira, Nuno Rato a dobrar Nuno Barreto e Miguel Paiva, os dois últimos à quinta).
António Santos foi o diligente director de corrida e esteve assessorado por Ana Gomes.
Foto Miguel Calçada
