Por considerar que "a inclusão de um grupo de forcados numa corrida deverá ser pelo seu valor e prestação em praça, na execução das suas actividades e sem qualquer tipo de critérios desportivos", realçando que "a única disputa existente será sempre entre forcado e toiro", o Grupo de Forcados Amadores de Alcochete decidiu também e à semelhança do que já fizera o de Évora, recusar participar na corrida nocturna do próximo dia 11 de Abril em Évora, na hipótese de vencer à tarde o Torneio de Cernelhas.
Recorde-se que o empresário Carlos Pegado anunciou para a nocturna desse dia (que abre a temporada na Arena D'Évora) o Grupo de Forcados de Mazatlán (México), deixando em aberto o posto para o segundo grupo, que será aquele que vencer o concurso de pegas de cernelha na II Festa do Forcado, a realizar durante a tarde e com entrada livre na praça.
Os Amadores de Évora foram os primeiros a discordar desta forma de incluir um grupo de forcados numa corrida e agora os de Alcochete seguiram o seu exemplo e vieram também a público, através de um comunicado subscrito pelo cabo Vasco Pinto, assumir idêntica posição.
Esta atitude dos dois grupos não só vem gerar polémica em torno da II Festa do Forcado, como deixa em posição delicada todos os mais de 40 grupos de forcados que na tarde de 11 de Abril vão disputar na Arena D'Évora o Torneio de Cernelhas, candidatando-se a entrar no cartel nocturno. Se os Amadores de Évora e os Amadores de Alcochete, dois grupos consagrados, consideram que essa forma não é a adequada para uma empresa incluir um grupo numa corrida e defendem mesmo que isso se distancia do espírito de amadorismo dos pegadores de toiros - que posição vão agora assumir os restantes grupos de forcados? Discordam da posição destes dois e aceitam ser seleccionados para um cartel desta forma? Ou seguem todos o exemplo destes dois e Pegado fica sem grupos para alternar à noite com os mexicanos?
Embrulhada à vista, é o que é...
Foto M. Alvarenga