A acompanhar desde ontem na Ilha Terceira os trabalhos do IX Congresso Mundial de Ganaderos de Toiros de Lide, João Cortesão dá-nos conta do que se tem passado por lá:
1 - Da sessão de abertura (ontem) há a destacar a intervenção do Prof. Maduro Dias, que numa verdadeira oração da sapiência atravessou o mundo do toiro, a história desde a antiga à contemporânea, a economia, a geografia e a vertente sociológica, fundamentando assim a sua defesa da Festa e o porquê da aficion açoreana.
Maria Baldaya Rego Botelho falou mais em concreto da sua ilha e para a sua ilha, exaltando-a como é de louvar a uma jovem que vive as tradições da sua terra.
2 - Do panorama económico das ganadarias, mais que real, foi pertinente a intervenção de António Francisco da Veiga Teixeira, que expôs todas as debilidades da Festa (falta de emoção nas corridas, incluída) não dourando a pílula, numa intervenção tipo "Cardeal Diabo"...
3 - Foram ouvidas palavras claras de D. Álvaro Nuñez. Defendeu este ganadeiro que o exagero do peso dos toiros lhes tira mobilidade, porque o toiro grande não é fino. Mais defendeu que nas tentas há que ter muito em conta as qualidades anatómicas das reses, porque se as reses são bravas mas não harmoniosas, ao dar filhos menos bravos e menos bons fisicamente, estes têm mais dificuldade em mostrar a menor bravura que têm.
4 - Momento de humor: porque a determinada altura o debate descambou para o papel dos vedores, foi perguntado à Mesa o que pensavam destes agentes da Festa, ao que o Dr. Joaquim Grave respondeu resumidamente assim: "Vedores?... Há os bons e os maus!".
5 - Proposta curiosa: falando-se dos picadores e da ineficácia das multas, que além de pequenas, são pagas pelos matadores, alguém propôs que se usasse um sistema tipo cartão amarelo e vermelho, com a devida suspensão do prevaricador...
6 - Até ao momento, a organização da Tertúlia Tauromáquica Terceirense tem sido verdadeiramente notável.
Foto D.R.