Na primeira entrevista concedida ao site "mundotoro.com" ainda no Hospital Carlos Haya, em Málaga, de onde deverá ter alta amanhã, quarta-feira, a cavaleira espanhola Noélia Mota expressa a sua gratidão aos Forcados Amadores de Arronches, que actuavam na tarde em que sofreu o grave acidente (26 de Setembro em Marbelha, faz hoje exactamente um mês) e que foram os primeiros a acudir-lhe, tendo inclusivamente um elemento do grupo arriscado a própria vida para cobrir com o seu o corpo da toureira, já inconsciente.
"As imagens do video, que acabo de ver, são impressionantes. Deixam-te arrepiado, mas depois de as ver penso que estou muito bem para o que me podia ter acontecido. O que fizeram os forcados é algo que ainda me custa a acreditar, como é que aqueles homens, que não me conheciam de lado nenhum, arriscaram a sua integridade para me proteger, enquanto estava inconsciente. Estou-lhes muito agradecida" - afirma a cavaleira.
"Não me lembro de absolutamente nada. As primeiras recordações que tenho remontam ao meu despertar na Unidade de Cuidados Intensivos do hospital. Quando acordei não sabia sequer o que se tinha passado, não sabia quanto tempo tinha estado adormecida (em estado de coma), nem que tinha estado adormecida. Sentia-me muito cansada, o primeiro que disse a minha mãe foi que queria ir para casa dormir. Não imaginava o carinho e a preocupação que podia despertar em tanta gente, não sei como agradecer" - acrescenta Noélia Mota.
A jovem toureira, de 21 anos, afirma não ter a menor dúvida de que vai voltar a tourear:
"Vou voltar a tourear mal o possa fazer, sonho voltar a montar um cavalo e poder tourear. O que me aconteceu faz parte da minha profissão, são coisas que acontecem e não me deixa dúvidas algumas em relação à minha vocação, vou continuar a tourear".
Fotos Joaquín Bueno/www.mundotoro.com
