sábado, 10 de setembro de 2011

Portalegre, ontem: grande triunfo de Moura em "meia corrida do ano"!

Moura reinou em competição com os "grandes"!
Foto António Santos/Tobrantes
João Moura Jr. foi o grande triunfador de Portalegre!
Foto António Santos/Tobrantes
Rui Fernandes esteve brilhante no primeiro toiro, mas sem "partir a loiça" como na véspera na Nazaré
Foto João Dinis/touroeouro.com
Ventura brilhou ao seu melhor estilo. Mas o público esperava mais do "furacão"... que não chegou a fazer "estragos"...
Foto Carlos Nuñez/Toromedia/"Farpas"
Com um elenco destes, impunha-se praça esgotada, mas a empresa praticou preços altíssimos e por isso...
Foto João Dinis/touroeouro.com
Nelson Nabiça entregando a jaqueta ao cabo: adeus a um grande Forcado!
Foto Hugo Teixeira


Normalmente acontece assim: quando a expectativa é muita, as coisas acabam por sair frustradas. A "Corrida do Ano", ontem em Portalegre, ficou só por metade. Ou seja: se tivesse acabado ao intervalo, tinha mesmo sido "a do ano". Na segunda parte, a "coisa" veio abaixo. Feitas as contas, o triunfador-maior foi João Moura Júnior. Fernandes esteve muito bem no primeiro, mas sem "partir a loiça", como na véspera acontecera na Nazaré. O "furacão" Ventura não chegou a fazer "estragos" em Portalegre, apesar de ter "armado o lio" no seu primeiro toiro. Mal os Forcados de Monforte, muito bem os da terra, com destaque para a pega enorme de Nelson Nabiça, que foi a última. Depois despiu a jaqueta e o público tributou-lhe calorosa ovação. Os toiros de Bohórquez "deixaram-se lidar" (os três primeiros, sobretudo), mas ficou a certeza de que há bem melhores toiros cá na nossa santa terrinha. Foi uma aposta errada da empresa. Ou talvez uma "imposição", não sei. A praça não encheu: três quartos. Outro erro dos empresários: preços altíssimos. Coisas a emendar...

Reportagem de Hugo Teixeira

Foi enorme o ambiente que durante o dia se sentiu em torno da praça "José Elias Martins". Antes da corrida, havia até gente a "piquenicar" nas imediações do tauródromo alentejano. Tudo se conjugava para uma grande noite de toiros, mas depois, a "Corrida do Ano" aconteceu só na primeira parte. A seguir ao intervalo, houve uma segunda corrida vulgarzita... mais por culpa da falta de qualidade dos toiros do que propriamente dos toureiros.
Impunha-se lotação esgotada. Mas faltou público, afastado certamente pelo elevado preço dos bilhetes. Aqui, a empresa falhou. Mesmo de noite, não se pode praticar preços de "sombra" nos sectores de "sol"...
Rui Fernandes esteve muito bem no primeiro toiro da noite - mesmo assim, não repetiu o triunfo que 24 horas protagonizara na Nazaré e em directo para todo o país. Desenhou sortes vistosas, bregou com emoção e ladeou com arte. Triunfou.
O seu segundo toiro saíu lesionado e recolheu. O "sobrero" desembolou-se nos curros e tardou a sair. Quando veio, viu-se que era cegueta de um olho. Fernandes fez o que pôde, deu-lhe a volta, mas faltou matéria para brilhar ao seu nível.
Diego Ventura recebeu muito bem os seus toiros, mexeu neles com o nível elevado a que nos habituou, mas baseou muito as sortes pela igualdade e isso acabou por arrefecer o público. Mesmo assim, esteve em grande no seu primeiro, "armando o lio", como de costume. As "mordidelas" do "Morante" provocaram o delírio do respeitável público, mas faltou qualquer coisa mais para justificar os (dizem) 60 mil euritos que veio receber a Portalegre...
No contexto geral, o grande e destacado triunfador da noite foi João Moura Júnior, sobretudo pela assombrosa lide do seu primeiro toiro. Foi o mais regular dos três cavaleiros em praça e aquele que mais chegou ao público. Não fossem algumas passagens em falso na segunda lide e teria tido um triunfo rotundo. Mas a primeira actuação é daquelas que marca. Ao lado dos "gigantes", o êxito-maior foi seu! Brindou um dos toiros a Lourenço Mourato, que reapareceu em público depois dos problemas de saúde que o mantiveram afastado uns tempos.
Os Forcados de Portalegre tiveram uma grande noite, com três pegas ao primeiro intento, por intermédio de André Neves, Nelson Nabiça e Nelson Batista.
Grande, grande, foi a pega de Nelson Nabiça, que se despediu das arenas. Brindou aos seus "dois cabos": a Joaquim Carvalho, que o formou como forcado no Grupo de S. Manços, onde se iniciou; e a Fernando Coelho, antigo cabo dos Amadores de Portalegre, às ordens do qual cumpriu naquele grupo brilhante e destacada carreira.
O Grupo de Monforte viveu uma noite atribulada e para esquecer. Na generalidade, as ajudas foram "desajudas" e isso "pagou-se" com algumas lesões e dissabores.
Foram à cara dos toiros Nelson Catambas (à segunda), Rui Russo (à quarta) e Luis Aranha (à terceira).
Agostinho Borges dirigiu com a usual competência e aficion, assessorado pelo médico veterinário Dr. José Guerra.
Resumindo e concluindo: um grande triunfo de Moura e dos Forcados de Portalegre numa noite em que se esperava mais, muito mais...