terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Miguel Alvarenga conta as novidades por que todos esperavam!



A menos de 24 horas do arranque oficial da temporada tauromáquica portuguesa (amanhã no festival em Mourão), Miguel Alvarenga revela os primeiros segredos do relançamento do jornal - que deverá ocorrer na quinta-feira, 12 de Abril, dia da inauguração da época na praça do Campo Pequeno. Saiba já a seguir as primeiras novidades.

Entrevista de Hugo Teixeira

- Fazer estas revelações na véspera da abertura da temporada não terá sido mera coincidência, Miguel...
- Já as podia ter feito antes, mas escolhi precisamente que coincidissem com o arranque da temporada, é a altura certa.
- E que novidades temos? Quando volta o "Farpas" às bancas?
- Tem havido sucessivos adiamentos, mas nada tem sido por acaso. O projecto está em marcha e vai-se tornar realidade. Há mais que uma hipótese, neste momento estou a estudá-las. Primeiro projectou-se que pararia apenas um mês e recomeçaria em Setembro, depois considerou-se que não valia a pena "queimar cartuxos" durante o defeso, agendou-se o mês de Março para o relançamento e por fim decidiu-se que o jornal voltará ao convívio dos leitores só em Abril, na quinta-feira, dia 12, que é o dia da inauguração da temporada no Campo Pequeno...
- E porquê nessa data?
- O Campo Pequeno é a praça emblemática do país, a data de abertura é a data porque esperam todos os aficionados e considerámos que seria o dia exacto e oportuno para relançar o jornal...
- Falas no plural, quer isso dizer que estás a falar em nome de uma equipa, de uma empresa?
- Concerteza que sim. Há um grupo empresarial, há uma equipa e o jornal não sou eu. É uma equipa. Enquanto fui durante quinze anos proprietário do "Farpas", com todos os problemas que isso acarreta... e não são poucos, desta vez e graças a Deus, o jornal não é meu. Serei provavelmente o director, isso não está ainda decidido, serei uma vez mais "o rosto" do jornal, digamos assim, mas não o proprietário.
- Chama-se "Novo Farpas"?
- Pode chamar-se ou não. Estamos neste momento e decidir tudo isso. Pode eventualmente ter um título novo, até para não haver misturas com o blogue, que vai continuar.
- Mas falaste anteriormente em várias hipóteses...
- Há uma outra hipótese, que passa pela publicação semanal do "Farpas" ou "Novo Farpas" como suplemento de um jornal nacional, semanário, de grande tiragem. O que seria uma mais valia para ambas as partes. Estou, como disse, a estudar todas as possibilidades. Confesso que neste momento me dou muito bem com o blogue e que não pensava, confesso, a sério, em regressar à aventura de fazer um jornal... por mim, ficava-me com o bogue. Mas o "bichinho" até cá dentro e por isso é muito natural que o projecto avance, seja de uma forma ou de outra.
- E que jornal era?
- O segredo continua a ser a alma do negócio. E neste momento mantenho conversações.
- O blogue não "abranda", é isso?
- De maneira nenhuma. O blogue é neste momento um sucesso sem paralelo e vai continuar. Bastará apenas gerir ambas as situações por forma a que o blogue não prejudique o jornal e vice-versa.
- E o formato do jornal, será o mesmo?
- Digamos que a "ideologia" é a mesma, mais alargada, com mais temas que atinjam maior número de público, terá mais páginas e pode ter um formato entre revista e jornal, mas sendo essencialmente jornal, às quintas-feiras. Semanal.
- E a equipa?
- Estamos a formá-la. Com novidades. Mas preferia para já não me alargar, até porque as "contratações" estão ainda em negociação. Manter-se-à parte da equipa anterior e entrarão novos elementos.
- Perguntei pela equipa, porque se gerou entretanto uma guerra, que pessoalmente lamento, entre membros da anterior equipa do "Farpas", nomeadamente entre o Cortesão e a Solange, entre ti e a Solange...
- Guerras estúpidas e que, quanto a mim, favorecem a luta dos anti-taurinos, que me parece andarem pouco atentos, se não exploravam tudo isto... como eu exploraria! Não comento as guerras do Cortesão com a Solange. Quanto a mim, não dou importância a isso. A Solange continua a ser um elemento que admiro e não ponho de parte, de modo algum, que venha a integrar a nova equipa. Porque não?
- Tinha que fazer a pergunta: Bastinhas e Caetano são os novos donos do jornal, como escreveu há meses um blog anónimo?...
- Não comento notícias dadas por anónimos. Como sabes, a internet é hoje um mundo onde qualquer um pode "fazer um jornal", seja em formato de site ou de blog ou seja nas redes sociais. E onde não impera a Lei de Imprensa. Tudo é permitido e tudo o que se escreve fica impune. Até um dia... Nem o meu amigo Bastinhas, nem o meu amigo Caetano são os donos do jornal. Mas podiam sê-lo, qual era o mal? São precisos investidores, em todo momento isso aconteceu com os jornais. Sem investidores não se pode andar para a frente. Trabalhei em vários jornais, de "O Diabo" a "O Crime", passando por "A Rua" e "O Título", entre outros e houve sempre investidores. Como aqui haverá, certamente. Como muito bem disse o Rui Fernandes na entrega de troféus do "Farpas", em Dezembro, "todos temos que ser donos do 'Farpas' porque o 'Farpas' faz falta a todos nós".
- Há quem defenda que o "Farpas" não faz falta, que é "anti-taurino", etc...
- Nunca me importou o que escrevem ou dizem de mim e do jornal. E a verdade é que até se fizeram blog's anónimos para escrever mal do "Farpas" e de mim e nunca se fez nada igual para dizer mal de outros, o que me enche de orgulho e até, confesso, de alguma vaidade. Sempre fui adepto da velha máxima que nos ensina que "os cães ladram e a caravana passa". E a prova está aqui no blogue. Escrevem e dizem muitas coisas, mas ainda ontem tivemos quase 7 mil visitantes. E por mais que tentem fazer crer o contrário, aqui não se engana ninguém. Nem precisávamos de o fazer. Os números são da base de dados do Google, que não me conhecem de lado nenhum, que não teriam razões nenhumas para me enganar. O blogue é um sucesso porque é e isso é que incomoda muita gente. Temos pena... mas vamos continuar!
- Esses blog's anónimos incomodam?
- Não incomodam nada. Fazem falta. É salutar que existam. Só é criticável que as pessoas se escondam, com medo, não dêm a cara. Isso é que lamento... Que escrevam mal de mim, até gosto... mas dêm a cara, não tenham medo!
- Para terminar, como estão as relações com o Campo Pequeno?
- Penso que está tudo bem encaminhado para que haja este ano um reatamento da relações que se romperam há dois anos. Precisamos todos uns dos outros para pôr a Festa no seu lugar.
- Já falaste com Rui Bento?
- Através de terceiros, temos "falado". Mas havemos de nos sentar à mesa outra vez.
- Vais pedir desculpas?
- Não tenho nenhum problema nisso. Se já o fiz, mais que uma vez por escrito, fá-lo-ei, como homenzinho que sou, pessoalmente. Concerteza que sim, sem problema algum. Assumo os meus erros e confesso que, na altura, quem errou fui eu e não ele.
- Leste a entrevista que deu hoje à Solange?
- Claro que li, leio tudo todos os dias.
- E como a interpretas?
- Como uma entrevista que deveria ter sido dada mais para a frente, uma vez que não diz ainda nada de concreto sobre a temporada no Campo Pequeno, admitindo mesmo que não há ainda nenhum toureiro contratado. Fala de intenções para a temporada, não de dados concretos. É ainda cedo...
- O que fica desta entrevista, Miguel?
- Acho que as duas coisas mais importantes que o Rui Bento diz são a intenção de reajustar (que interpreto como diminuir) os honorários dos toureiros, face à crise e também o facto de admitir que os novos cavaleiros, filhos das figuras, não há meio de darem o salto, já tiveram todas e mais algumas oportunidades e ainda "não disseram nada". Tem toda a razão, o Rui.
- Estamos em cima do acontecimento, uma opinião sobre o fim do apoderamento de Caetano por Bolota...
- Acho estranho que tenha acontecido quando faltavam apenas 48 horas para o início da temporada, porque essas coisas se resolvem no defeso. Sinceramente, não entendi. Sou amigo de ambos, já falei com os dois e continuei sem entender que motivos terão levado o João Pedro a assumir uma atitude destas numa altura destas...
- Resumindo e concluindo, vamos ter jornal?
- De uma forma ou de outra, penso que sim.
- Não estás em Paris a tratar disso?
- Não. Estou a descansar por três dias, quinta-feira já estarei em Lisboa.

Foto Hugo Calado/Arquivo