sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

David Oliveira prepara-se para a prova de praticante



Miguel Alvarenga - O gosto pelos cavalos "começou tarde", recorda, quanto tinha 10 ou 11 anos. O avô e o pai, o equitador Luis Filipe Oliveira, foram sempre aficionados, mas sobretudo aos cavalos. Desde pequeno que David Oliveira, 25 anos, se lembra de ir a corridas a Lisboa, a Vila Franca, à Moita e "aquilo fascinava-me". Pela amizade de seu pai ao antigo cavaleiro José Manuel Correia Lopes (a quem convidou já para um dia ser seu padrinho de alternativa), David começou a ter contacto com o mundo dos toiros. Queria ser cavaleiro, mas o pai foi sempre contra. "Acabei por me dedicar às provas de Equitação de Trabalho", conta, onde esteve catorze anos e onde alcançou todas as metas que havia para conquistar. Foi campeão do mundo, da europa e nacional. Um antigo cavalo seu, o "Mulato", está no "Guiness" por ter ganho três provas "top" em três anos consecutivos.
Nas arenas, finalmente com o consentimento paterno, David estreou-se há dois anos, na praça de S. Manços. Foi um dos mais destacados cavaleiros amadores nas temporadas de 2010 e 2011. Este ano avança para a prova de praticante, que deverá fazer no mês de Abril e prepara-se com afinco para mais altos vôos. Iniciamente apoderado pelo forcado António Vasco, passou esta temporada a ser dirigido pelo conhecido taurino Carlos Calado, que nos informa estar delineado um ambicioso projecto para 2012.
O toureiro está moralizado e entusiasmado com este novo ciclo da carreira que abraçou com entusiasmo. Tem a sua quadra de cavalos sediada em Bucelas, onde nasceu, na Quinta da Amorosa. E há dois meses que divide o seu tempo e os seus treinos entre Bucelas e o Ramalhal (Torres Vedras), onde monta e prepara os cavalos da coudelaria de Vanessa Dias da Costa na Quinta da Queimada.
Foi aí que assistimos ontem a mais um treino de David Oliveira com quatro cavalos desta coudelaria, o "Belmonte", o "Ximango" (um lindíssimo Ortigão Costa preto), o "Ribatejo da Broa" (ferro Veiga) e o "Atrevido".
Da sua quadra, tem como cavalos de confiança o "Vintage", filho do "Quiebro" de Rui Fernandes, o "Zaque" e o "Zagalote".
Mestre Núncio, José Mestre Batista e Manuel Jorge de Oliveira, que nunca viu tourear, são algumas das suas referências. João Moura, António Telles e Pablo Hermoso são, daqueles que já viu actuar, os que elege como preferidos.
A "Palha Blanco", em Vila Franca, é a praça onde já lhe aconteceu tudo: "Já ali triunfei e já ali passei também um mau bocado, numa garraiada da sardinha assada, com um toiro que, à saída, um senhor de idade me disse que tinha sido o pior toiro em 60 anos naquela praça...".
Chegar um dia ao Campo Pequeno é um dos seus sonhos. "Estou a trabalhar para isso", diz com entusiasmo.

Fotos M. Alvarenga