sábado, 4 de fevereiro de 2012

Ricardo Relvas recorda inícios como fotógrafo: "Hoje, todos são bons..."



Ricardo Relvas recordou ontem no seu blog "el redondel taurino" os seus inícios como fotógrafo, quando tinha apenas 17 anos e começou a aprender no estúdio de mestre Apollo a revelar negativos a preto e branco. Com as comissões desses primeiros trabalhos de laboratório comprou esta máquina Rolleiflex em segunda mão (foto) e "assim iniciei a minha história como fotógrafo".
"Tinha que calcular a quantidade de disparos que fazia, porque o rolo era de apenas doze negativos" - conta. E põe o dedo na ferida:
"Os fotógrafos de toiros tinham que ser aficionados taurinos, a fim de saber pensar tal como o toiro para poder disparar antes do momento oportuno e assim poder fazer a foto artística que se guarda para a eternidade. Que arte e que domínio tiveram Figueiredo, Botán, Jesus, etc., etc. e aquele que felizmente ainda se encontra entre nós, o decano Cañito, com 99 anos. Estes senhores eram autênticos maestros da fotografia.Os seus momentos foram únicos".
E hoje...
"Hoje, com 4.000 ou 7.000 euros qualquer um é 'fotógrafo', ou antes, uma peça mais da máquina fotográfica, porque hoje, em vez de fazerem fotos, parece que estão filmando, tal as 'rajadas' de disparos que chegam a produzir dores de cabeça e mau estar, chegando a fazer numa corrida 600 ou 800 fotos. Obviamente que têm que obter umas quantas muito boas. Mas não são momentos seus, pessoais, como eram os dos antigos, são apenas momentos que a objectiva captou no meio de tanto disparo. E é neste ponto que reside a diferença entre o fotógrafo artista que tenta adivinhar o momento e o oportunista, que hoje não é mais que uma peça mais da máquina fotográfica...".

Foto D.R.