sábado, 25 de agosto de 2012

Ontem na Figueira da Foz: show de Pablo Hermoso

Praça bem composta apesar da chuva que teimou em cair na Figueira desde a tarde
Em confronto com o "toureio moderno", o Maestro António Ribeiro Telles
impôs ontem no Coliseu Figueirense a força e a classe do seu estilo "antigo"
Paulo Jorge Santos teve ontem a sua hora de fama e aproveitou-a
com todas as forças. Grande actuação no terceiro toiro da noite,
a provar que é um toureiro de valor e que merece  mais oportunidades.
É uma injustiça ter andado tantos anos "esquecido"...
Momentos únicos do recital de magia de Pablo Hermoso ontem na Figueira da Foz



Apesar da chuva que se fez sentir (e bem) desde as seis da tarde, a praça de toiros da Figueira da Foz (Coliseu Figueirense) registou ontem uma boa moldura humana na VII Corrida RDP, transmitida em directo pela RTP e que contava com a especial participação de Pablo Hermoso de Mendoza pela primeira vez naquela arena.
A expectativa era imensa e o rejoneador navarro correspondeu na perfeição, levando o público ao rubro no seu segundo toiro, quinto da ordem. Foi uma actuação de sonho, a confirmar o estatuto de número-um de Hermoso. Loucura nas bancadas e duas aplaudidas voltas à arena em ambiente de perfeita e total euforia.
No seu primeiro, um Passanha de nota pior, não pôde brilhar, embora tivesse deixado mostras do seu valor.
António Ribeiro Telles, o melhor intérprete do toureio clássico, rubricou ontem duas lides ao seu melhor nível, constrastando no que ao estilo diz respeito com a "forma de estar" de Pablo Hermoso. O Maestro da Torrinha tem muitos adeptos e isso viu-se ontem na Figueira. Executou o bom toureiro como só ele sabe.
O jovem Paulo Jorge Santos, pouco visto em Portugal e há anos a lutar por um lugar ao sol, jogava ontem para "bingo" naquela que era a "oportunidade de ouro" da sua carreira. Aproveitou-a com unhas e dentes e foi o grande triunfador até ao intervalo, um palmarés que terá que ser levado em conta pelas empresas, tendo sobretudo em conta que estava a competir com dois dos maiores toureiros mundiais. No seu segundo, falhou dois ferros, não teve direito a música e a moral acabou por vir abaixo, pelo que não repetiu o êxito anterior.
A corrida foi bem dirigida por Agostinho Borges e ficou marcada pela apoteose de Pablo Hermoso no quinto toiro. Toureou pela primeira vez na Figueira e conquistou os aficionados locais. Dia 6 de Setembro está de volta a Portugal para actuar em Lisboa - o triunfo de ontem à noite aguçou a expectativa da aficion portuguesa para o seu regresso ao Campo Pequeno.

Fotos Emílio de Jesus/fotojornalistaemilio@gmail.com