Raimundo & Palhais: rejeitados à primeira, não concorreram à segunda |
O antigo cavaleiro tauromáquico José Moita da Cruz (à esquerda, na foto com o pai do cavaleiro Rui Fernandes) concorreu à Moita associado a António Duque Neto, empresário da Margem Sul |
João Pedro Bolota, da empresa "Aplaudir" (associado a Possidónio Matias, pai da cavaleira Sónia Matias) foi ontem o inesperado vencedor do segundo concurso para adjudicação da praça de toiros da Moita do Ribatejo, depois de há cerca de um mês, num primeiro concurso, apenas ter concorrido a empresa "TopToiros" de Raimundo e Palhais, cuja proposta foi recusada em assembleia-geral pelos accionistas da Sociedade Moitense de Tauromaquia (proprietária da praça).
A proposta da "Aplaudir" não era, em termos financeiros (e não só, também em programação) a melhor das quatro que ontem concorriam. Para alguns observadores, a melhor proposta era a da empresa "Toiros & Cultura" de Paulo Pessoa de Carvalho e pouco antes do início da assembleia-geral da S.M.T. havia mesmo quem a elegesse como "a favorita" - conforme aqui noticiámos ontem alguns minutos depois do início da reunião magna dos proprietários da praça, o que levou mesmo Pedro Brito de Sousa, presidente da Sociedade Moitense de Tauromaquia, a gracejar com Paulo Pessoa, dizendo-lhe que "estava feito com o Alvarenga"...
Durante a assembleia-geral, foi José Manuel Pires da Costa (antigo presidente da S.M.T.) quem informou os sócios de que Possidónio Matias estava associado a Bolota na proposta da "Aplaudir" - facto que até então era desconhecido da maioria dos accionistas, mas que foi aceite sem reservas.
No segundo concurso para a adjudicação da praça da Moita houve duas surpresas relevantes: a ausência da candidatura da empresa de Raimundo e Palhais - que no dia da rejeição haviam garantido que concorreriam de novo, mas acabaram por não o fazer - e a primeira investida empresarial do antigo cavaleiro tauromáquico José Moita da Cruz, que se apresentou a concurso associado a um influente empresário da Margem Sul, António Duque Neto. O antigo toureiro considerou que a sua proposta "era a mais rentável para a Sociedade Moitense de Tauromaquia", mas o facto de não ter experiência empresarial e de estarem em concurso três empresas credíveis - a "Aplaudir", a "Toiros & Cultura" e a "Tauroleve" - excluíam, à partida, qualquer hipótese de vitória, tendo em conta o habitual procedimento e critério da S.M.T. na eleição de quem gere a sua praça.
Outra surpresa terá sido a candidatura da "Tauroleve" de Ricardo e Rui Levesinho, empresários da praça de Vila Franca e também das de Salvaterra e Alcácer (nestas duas em parceria com a "Emoção" de Vasco Dotti), que há cerca de um mês, em entrevista ao "Farpas", havia excluído a hipótese de concorrer a mais praças a não ser a de Coruche - e, afinal, têm aparecido em quase todos os concursos.
Esta manhã, Ricardo Levesinho publicou um estranho comentário na sua página da rede social "Facebook", onde afirmava que começava "a estar enojado com isto tudo". O comentário esteve muito pouco tempo online e depois foi subitamente apagado, desconhecendo-se se dizia respeito ao concurso de ontem na Moita e/ou a outras ocorrências noutros concursos, nomeadamente nos de Reguengos e Coruche, onde a empresa também concorreu e foi, como as restantes, rejeitada pelos proprietários das duas praças...
Fotos Emílio de Jesus, M. Alvarenga, Hugo Teixeira e D.R.