sábado, 5 de julho de 2014

Os ausentes no adeus a Paixão: um grito de revolta

O momento em que a Mulher se despedia de Domingos Paixão, 5ª feira, no cemitério
de Benfica. Nas fotos de baixo, antigos companheiros transportando o caixão
à saída da Basílica da Estrela, vendo-se entre outros, António Carvalho, Francisco
Caeiro, Américo Manadas e António Barrocal e, à direita, a campa do antigo toureiro



"Apesar de Domingos Paixão pertencer a um orgão da direcção do Fundo de Assistência dos Toureiros (Conselho Fiscal), Sindicato ou Associação de Toureiros, chamem-lhe o que quiserem, nenhum elemento ou funcionário se dignou acompanhá-lo à sua última residência terrena. Gente que se esqueceu que foi com os seus descontos que hoje recebem os seus ordenados e subsídios. Que vergonha, que tristeza!" - duras e sentidas palavras do empresário João Duarte, sobre a ausência de muitos que deveriam ter estado anteontem no último adeus ao antigo bandarilheiro, que morreu na quarta-feira no Hospital de Egas Moniz, em Lisboa, aos 70 anos, depois de uma terceira operação a um tumor na cabeça.
"Para levar a bandeira do Sindicato dos Toureiros, foi um antigo colega e amigo, Manuel Jacinto, que teve de se deslocar à Praça da Alegria (sede do Sindicato). A Associação (Confederação) Prótoiro, que se diz defensora dos toureiros... nem água vai, nem água vem... deviam ter coisas mais importantes... deviam estar a estudar se Rouxinol filho pode tirar a prova de praticante! Onde anda a tão apregoada solidariedade entre as gentes dos toiros? E é assim que o nosso mundito taurino está. Não se esforcem os anti-taurinos, porque o mundo taurino está podre e vai cair por si", diz ainda o empresário e apoderado neste seu grito de revolta, depois da morte de Domingos Paixão e do esquecimento a que voi votado por quem o deveria ter lembrado. Sem comentários... são precisos?

Fotos Ricardo Relvas